Liga do Peloponeso

Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Categorias: Antiguidade, Grécia Antiga
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A Liga do Peloponeso foi uma aliança formada entre várias cidades-estado gregas entre os séculos VI e V a.C. A disputa pelo poder na Grécia Antiga, especialmente entre Esparta e Atenas, ocasionou na formação da Liga do Peloponeso e culminou na Guerra do Peloponeso.

As diferenças nas características das sociedades ateniense e espartana eram bastante evidentes. Isso porque enquanto em Atenas prevalecia uma democracia direta com grande concentração de poder, Esparta se caracterizava pela militarização e pela educação rígida.

Neste mesmo tempo os gregos sofriam diversos ataques por parte dos persas. Os conflitos entre gregos e persas ficaram conhecidos como Guerras Médicas, que foram vencidas pelos gregos. Com a intenção de proteger o território grego dos ataques foi criada uma Liga, que unia e fortalecia as cidades-estado. A Liga de Delos foi a primeira forma de organização entre os gregos, liderada por Atenas. Esparta também compôs a Liga de Delos, na intenção de fortalecer e proteger os gregos do poder persa. Entretanto, as cobranças abusivas de impostos e a hegemonia de Atenas sobre os gregos fez com que várias cidades-estado saíssem da aliança com o fim da ameaça persa.

Com o poder concentrado em Atenas, que cobrava altas taxas de impostos e que formou uma democracia estável, a disputa pelo poder interno fez com que outras cidades-estado, especialmente as de regime oligárquico, se unissem. Assim, foi formada a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, que contestou a concentração de poder ateniense e era formada um povo altamente militarizado e com educação rígida.

No século VI a.C. Esparta já era a cidade mais poderosa da região do Peloponeso, hegemônica política e militarmente. Mas o caso de Esparta pode ser considerado atípico, como formação de cidade-estado. Eles dominaram os hilotas e passaram a treinar a população constantemente. Ou seja, não possuíam uma estrutura própria de uma pólis clássica, mas ainda assim os próprios gregos a consideravam como uma pólis. Não havia divisão de riquezas, mas sim uma concentração delas entre os que dominavam as populações que eram exploradas. Eram considerados aristocratas e compartilhavam um forte sentimento comunitário entre si. A principal diferença entre as ligas – além da cidade central, Atenas e Esparta – era a cobrança de impostos. Enquanto Atenas abusou das cobranças, levantando fundos para as construções urbanas que a transformaram em centro cultural pulsante, a Liga do Peloponeso não exigia o pagamento de tributos, e vivia com contribuições variadas, mas não obrigatórias. Formaram um exército forte, que saiu vitorioso em muitas batalhas, como na Guerra do Peloponeso.

O foco principal da Liga do Peloponeso era garantir proteção e segurança às cidades-estado que dela participavam. Na organização da Liga somente Esparta tinha o poder e o direito de convocar o congresso. Esparta também não precisava seguir as decisões tomadas. A organização era dividida em: Assembléia e Congresso dos Aliados. A Assembleia era formada pelos espartanos, enquanto o Congresso dos Aliados era formado por representantes de cada cidade-estado aliada à Esparta.

Assim, o mundo grego foi dividido entre dois poderes: Esparta e Atenas. O conflito entre as duas cidades, ou entre as duas Ligas, ficou conhecido como Guerra do Peloponeso, que durou de 431 a.C. a 404 a.C., e foi narrada por Tucídedes.

A Guerra do Peloponeso foi vencida por Esparta e marcou o declínio da hegemonia ateniense.

Referências:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2010.

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