O cenário histórico do Brasil era fim da República Velha (1889-1930), e golpe militar que deu origem à chamada Revolução de 1930, com a liderança de Getúlio Vargas, dando origem à um governo que durou cerca de 15 anos. Vargas desde o início do seu mandato desagradou muitos adeptos do antigo regime. Portanto, para se manter no poder o presidente da República tomou algumas ações políticas. No início da sua presidência o Estado ainda não tinha uma Constituição formalizada, pois o governo era provisório. A proposta do governo era romper com as Oligarquias e manter um governo forte e centralizado, sob a ditadura.
Entre os estados que discordavam de como a política brasileira era levada no período varguista, São Paulo teve maior destaque. Existiam vários motivos do governo contra esse estado, um deles era que São Paulo participou diretamente da República Velha ao lado de Minas Gerais. Vargas também ordenou uma série de sanções contra o estado e nomeava interventores de sua total confiança para ocupar cargos políticos no estado.
Por essas razões, os paulistas responderam as ações de Vargas com protestos e comícios nas ruas. Essa ação partiu principalmente de estudantes, mas apoiados pela população. As manifestações em oposição ao governo varguista se intensificaram ainda mais no ano de 1932.
Então, no dia 23 de maio de 1932 jovens que faziam parte de uma manifestação invadiram a Liga Revolucionária, sede de um órgão que apoiava a Revolução de 1930 em São Paulo. Os responsáveis pela instituição replicaram a ação dos jovens com um combate armado, onde quatro jovens foram mortos e vários outros foram feridos. O nome desse jovens eram Mario Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade.
Em homenagem aos jovens paulistas mortos no confronto foi criado o movimento contra o governo com a sigla MMDC. Esta sigla remetia às iniciais dos nomes que cada jovens, eram chamados ou conhecidos, por seus camaradas nas manifestações (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).
A MMDC tinha como objetivo oferecer a preparação militar para jovens que desejavam lutar pela democracia do país no estado de São Paulo, com o plano de derrubar o governo vigente. Após a criação da MMDC ocorreram outras diversas manifestações e atos para o desmonte do governo. Essas ações dos paulistas resultou em seu ápice com a Revolução Constitucionalista de 1932.
Esta Revolução almejava a retomada de uma Constituição Federal e um Estado Democrático de Direito. Os jovens mesmo sabendo que sua força militar e armamentos bélicos eram menores que os do governo, tomaram a decisão de pegar nas armas e saíram à luta. Como esperado a Revolução Constitucionalista foi derrotada pelo governo, assim a Revolução iniciou no dia 9 de julho de 1932 e foi derrotada no mesmo ano, no dia 3 de outubro.
Referências bibliográficas:
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Os heróis da Revolução Constitucionalista de 1932. Disponível em: <https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=358013>. Acesso em: 16 ago. 2017.
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SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo. 8ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/m-m-d-c-miragaia-martins-drausio-e-camargo/