A partir de 1830, o continente europeu passa por um processo de ampliação de movimentos revolucionários que ficou conhecido como Primavera dos Povos. Apesar do ideal global que seguiam, influenciados pela Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), acabou ocorrendo uma afirmação das identidades nacionais, levando-se em consideração a premissa de que um povo não teria o direito de se sobrepor ao outro.
Entre os anos de 1849 e 1870, até mesmo com a diminuição dos grupos revolucionários, inicia-se a formação de Estados-nações. Desta forma, povos como os irlandeses, sérvios, gregos, dinamarqueses, croatas, italianos, alemães, húngaros, tchecos, romenos, entre outros, reivindicavam a criação de Estados independentes em todos os setores. Esse panorama acabou ecoando por outras áreas do globo como o Japão (dinastia Meiji) e países latino-americanos no movimento contra a colonização.
Um conceito que havia ficado muito claro para os europeus era que a formação de um Estadão-nação traria a possibilidade de separação definitiva de grandes impérios como o turco-otomano e o austríaco. Neste sentido, um contrassenso era que, com o objetivo de criar uma força de desenvolvimento nos campos econômico, militar e tecnológico, reinos com pouca força política e pequena área territorial uniam-se contra os impérios dominantes.
Gradualmente, com ideias nacionalistas sendo disseminadas por intelectuais das camadas médias, linguagens locais sendo homogeneizadas por linguistas e o passado sendo resgatado por historiadores, as identidades de nação começam a ganhar destaque, contrapondo-se aos ideais cosmopolitas da Revolução Francesa.
Desta forma, ao fim do século XIX, o nacionalismo já era bastante popular na Europa. Fatores que o ajudaram a crescer foram: o fim das corporações e guildas. Além disso, houve a escolarização, estabelecendo conceitos de patriotismo e moralidade nos cidadãos desde a juventude. Dentro deste contexto, o serviço militar obrigatório estabelecia uma espécie de religiosidade cívica referente ao Estado. Surgia o culto à nação, os hinos e as marchas, suplantando outros ideais valorizados no período anterior.
Contudo, o nacionalismo começou a ser associado com ideias xenofóbicas, a aversão aos estrangeiros e sua cultura. Aparecem grupos organizados de cunho conservador, pregando a conquista e preservação do território e justificando as guerras. Surge, a partir daí, o conceito de nacionalismo étnico. No século XX, muitas ideias que nasceram nos movimentos nacionalistas foram utilizadas pelo Nazismo e pelo Fascismo para justificar o extermínio xenofóbico durante a Segunda Guerra Mundial.
Fontes:
http://europe-nations.web.ua.pt/
http://www.infopedia.pt/$estado-nacao
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
MORIN, Edgar – Cultura de massas no século XX, o espírito do tempo, I-neurose. 5ª ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1981.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/movimento-das-nacionalidades/