O Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, foi o primeiro de Minas Gerais.
Mariano Procópio foi o engenheiro responsável pela construção da Estrada União e Indústria, unindo Juiz de Fora a Petrópolis. Essa nova rota foi um marco para o surgimento da cidade de Juiz de Fora, em 1850, e também um grande avanço nos quesitos escoamento da produção cafeeira e circulação de pessoas. A nova estrada fez com que a região da Zona da Mata Mineira se tornasse a mais importante da província de Minas Gerais, colocando Juiz de Fora em posição de destaque. A inauguração da rota foi feita pelo próprio Dom Pedro II e, por conta disso, Mariano Procópio mandou construir um prédio que o abrigasse em sua passagem pela cidade. Foi, então, escolhido um terreno localizado bem no centro da cidade para ser construída a Villa Ferreira Lage com o intuito de receber o Imperador. Entretanto a construção não ficou pronta no tempo esperado e Mariano Procópio acabou hospedando Dom Pedro II em sua própria residência.
A Villa Ferreira Lage foi projetada e construída pelo alemão Carlos Augusto Gambs. Dotada de um prédio com as principais características do final do século XIX, a Villa conserva até os dias de hoje suas características originais, seja interna ou externamente. Foi somente na segunda passagem de Dom Pedro II por Juiz de Fora, em 1869, que o Imperador conheceu e ficou hospedado na Villa Ferreira Lage.
Mariano Procópio Ferreira Lage faleceu em 1872, deixando a Villa como herança para seus filhos Frederico e Alfredo Ferreira Lage. O primeiro deles morreu repentinamente aos 39 anos de idade, ficando por conta de Alfredo Ferreira Lage a administração do patrimônio herdado. Alfredo sempre demonstrou grande afeição por coleções e, logo, pensou na ideia de abrigar as suas no prédio da Villa. Como suas coleções estavam em franca expansão, foi preciso construir um prédio anexo ao castelo original para dar conta de abrigar tudo que possuía. Assim, naturalmente, a Villa Ferreira Lage foi se dotando de um acervo digno de museu. Alfredo Ferreira Lage promoveu a inauguração do Museu Mariano Procópio no dia 23 de junho de 1921, data em que celebrava o centenário de nascimento de seu pai. O museu recebeu no mesmo ano a visita da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, que haviam recém recebido o direito de tornar ao Brasil.
O Museu Mariano Procópio, contudo, foi aberto ao público em geral apenas no dia 13 de maio de 1922, contando com um acervo exposto na Villa Ferreira Lage e também no prédio anexo. O museu, hoje, abriga um dos principais acervos do país, contabilizando aproximadamente 50 mil peças. O conjunto arquitetônico contém a Villa Ferreira Lage, o Prédio Ferreira Lage (construída em anexo) e um grande parque. O grande terreno arborizado contando com um lago, bosque e espaço recreativo se tornou de visitação pública e gratuita em 31 de maio de 1934.
Alfredo Ferreira Lage não teve filhos e, por isso, foi doando gradativamente o museu à administração pública. Em 1934, a primeira parcela a ser doada foi o Parque Mariano Procópio. Ainda no mesmo ano, o proprietário fez uma escritura doando todo o museu e o terreno em torno para a prefeitura. No documento, Alfredo determinava como condição de doação a manutenção perpétua dos fins culturais e do nome Mariano Procópio, imortalizando a homenagem a seu pai. Alfredo Ferreira Lage faleceu em 1944, manteve-se diretor até esta data e deixou o museu como um dos mais importantes do país.
O Museu Mariano Procópio conta com um acervo muito característico do século XIX e início do século XX. É de destaque a coleção sobre o período imperial, mas também é rico em esculturas, quadros, peças de história natural, armas, indumentárias, joias, moedas, medalhas, mobiliário, cristais, louças, porcelanas, peças sacras e documentos históricos.
Fontes:
https://web.archive.org/web/20131203134648/http://www.pjf.mg.gov.br/mapro/museu/historico.php
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/museu-mariano-procopio/