Navegações Espanholas

Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Categorias: História da Europa, Idade Moderna
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A Espanha se torna um Estado Nacional Moderno em 1492, e vinha disputando o território com os islâmicos desde 1469, para combatê-los na Guerra da Reconquista. Quando os reinos de Aragão e Castela se juntam, por meio do casamento de Isabela de Castela (1551-1504) e Fernando de Aragão (1552-1516) em 1476, os espanhóis começam a poder planejar um projeto ultramarino.

O navegador genovês Cristóvão Colombo (1451-1506) tinha um projeto ambicioso para os europeus do início da Idade Moderna, se lançar em alto mar. Além do medo que rondava os oceanos, por ser desconhecido, muitos acreditavam ser povoados por monstros marinhos ou que a Terra poderia ser plana e um abismo poderia ser encontrado a qualquer momento, os navegadores deviam dominar uma série de técnicas e conhecimentos para lançarem suas expedições. Colombo acreditava que a Terra era redonda e, portanto, poderia navegar de um ponto ao outro se estabelecesse uma rota estável. Dessa forma, ele forma uma tripulação com três caravelas chamadas de Nina, Pinta e Santa Maria. No mesmo ano de 1492, quando os reis se estabeleciam na Espanha, em 12 de outubro chegava na ilha de Guanahani, acreditando que fazia parte das Índias, e ele a batiza de San Salvador, dando início as grandes navegações espanholas. Na segunda expedição de Colombo, entre 1493 e 1496, ele conhece as ilhas da Jamaica, Cuba, Haiti, República Dominicana, Porto Rico e a Martinica. Na terceira viajem ao novo mundo, entre 1498 e 1500, ele conhece a ilha de Trinidad. Na sua última expedição (1502-1504), ele navegou na costa da América central imaginando ter encontrado uma parte da Ásia.

Em 1494 os espanhóis e os portugueses assinam o Tratado de Tordesilhas que contestava a Bula Inter Coetera, que deixava Portugal com apenas 100 léguas das ilhas de Cabo Verde, o que era basicamente oceano, sendo alterado para 300 léguas das ilhas, dando uma parte oriental da América para os portugueses.

Outro navegador genovês que ficou conhecido por dar o seu nome ao continente americano foi Américo Vespúcio (1454 – 1512), que fez incursões a serviço dos reinos espanhóis e portugueses. Américo Vespúcio participava de uma expedição espanhola liderada por Alonso Ojeda (1466-1516) na região sul do novo mundo, entre 1497 e 1499 quando percebeu que aquelas terras não pertenciam a Ásia e sim a um novo continente independente da Índia, como havia pensado Colombo. Desta forma, o continente ficou conhecido não por aquele que o encontrou, mas sim por aquele que distinguiu das Índias.

Com a investida dos portugueses em fazer o Périplo Africano, os espanhóis se lançam ao oeste inspirados por Cristóvão Colombo, em alcançar uma rota alternativa para chegar às Índias. Em 1519, o navegador português a serviço da coroa espanhola Fernão de Magalhães (1480-1521) começa a circum-navegação do continente americano pelo sentindo sul do oceano Atlântico, e em 1520 chega no Oceano Pacífico. Quando ele chegou no arquipélago, que hoje é conhecido como Filipinas, morreu em combate com os nativos daquela região. Quem assume a expedição é o comandante espanhol Sebastião Elcano que chegou até as ilhas Molucas, na região da atual Indonésia, grande produtora de especiarias. Mesmo não trazendo lucro imediato à coroa espanhola a expedição conseguiu alcançar o objetivo de estabelecer relações comerciais entre a Espanha e o Oriente, ficando conhecida como a primeira circum-navegação registrada na história.

Fernão de Magalhães.

Em 1543, o navegador espanhol Ruy Lopes Villalobos (1500-1544) vai até as Filipinas reconhece-las como um território, e somente em 1577 é reconhecido como um território espanhol.

As navegações possibilitaram ao Reino da Espanha conquistar uma série de colônias em várias partes do mundo, tanto as que foram mais exploradas em recursos naturais e humanos foi a América espanhola. A exploração de recursos como ouro, prata e outros insumos, como a tabaco e a produção de carnes, contou com a exploração da mão-de-obra nativa e posteriormente de povos escravizados trazidos do continente africano.

Referências:

NOVAES, Adauto. A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

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