A Primeira Onda Feminista estava preocupada com a instalação da igualdade de direitos entre homens e mulheres.
O Feminismo se consolidou como um discurso de caráter intelectual, filosófico e político que busca romper os padrões tradicionais, acabando assim com a opressão sofrida ao longo da história da humanidade pelas mulheres. O movimento ganhou muita força, sendo endossado tanto por homens quanto por mulheres que defendem a igualdade entre os sexos. Há uma teoria que divide esse movimento feminista em três fases, cada qual marcada por suas conquistas e interesses.
A chamada Primeira Onda Feminista teria ocorrido no século XIX e avançado pelo começo do século XX. Este período aborda uma grande atividade feminista desenvolvida no Reino Unido e nos Estados Unidos. Foi o momento em que o movimento se consolidou em torno da luta pela igualdade de direitos para homens e mulheres. Estas se organizaram e protestaram contra as diferenças contratuais, a diferença na capacidade de conquistar propriedades e contra os casamentos arranjados que ignoravam os direitos de escolha e os sentimentos das mulheres.
Ainda no final do século XIX, a Primeira Onda Feminista ganhou destaque em seu ativismo e passou a contestar de forma mais significativa a questão do poder político. As mulheres, até então, eram proibidas de votar e eleger seus representantes, mas o pleno interesse de participar das escolhas políticas não deixou de ser evidenciado até se alcançar o direito desejado. Enquanto isso, continuavam as campanhas pelos direitos sexuais, econômicos e reprodutivos.
Este primeiro momento de onda feminista foi bastante extenso e, por se tratar de algo que rompia com os padrões históricos das sociedades, levou mais tempo para alcançar as conquistas. Somente no correr do século XX que os resultados foram aparecendo gradativamente. O voto só foi permitido às mulheres a partir de 1918, no Reino Unido. Ainda assim, só tinham tal direito as mulheres com mais de 30 anos. Já nos Estados Unidos a manifestação das mulheres ligava-se a outros fatores históricos também. Muitas das que integraram a Primeira Onda Feminista foram defensoras do fim da escravidão no país antes mesmo de lutar por seus direitos. A conquista do voto só aconteceu no ano de 1919.
Naturalmente, o momento em questão só passou a receber a designação de Primeira Onda Feminista posteriormente, com o advento de uma Segunda Onda Feminista. As terminologias foram cunhadas para identificar as diferenças das campanhas ocorridas em cada época, identificar as lutas que eram guiadas por motivos característicos de cada situação. Por exemplo, na Primeira Onda Feminista ainda não havia preocupação com questões referentes ao aborto, mas estava presente uma grande preocupação nas condições do casamento, já que eram negociações entre famílias que não envolviam a opinião da mulher que estaria envolvida no matrimônio. Assim, as mulheres buscavam o direito pelo próprio corpo, respeitando seus sentimentos e desejos.
Fontes:
ALVES, Branca Moreira & PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
FARIA, Nalu & NOBRE, Miriam. Gênero e desigualdade. São Paulo : Sempreviva Organização Feminista, 1997.
BEAUVOIR, Simone de. Segundo sexo. São Paulo: Difel, 1955.