O termo "Queda da Bastilha" diz respeito a um evento de enorme significado simbólico, ocorrido em 14 de julho de 1789, num contexto de agitação política, social e econômica na França.
Neste reino, a sociedade era rigidamente dividida em três estamentos: o primeiro estado, composto pelos membros do clero, o segundo estado, onde estavam as famílias nobres, e o terceiro estado, onde ficava todo o 98% restante da população, incluindo a burguesia, os comerciantes, os artesãos e, os mais pobres de todos, os camponeses. Neste modelo tão hierarquizado, apenas o terceiro estado pagava impostos, tendo que arcar inclusive com taxas remanescentes do feudalismo.
Em 1785, uma forte seca matou grande parte do rebanho do país; três anos depois, ocorreria uma grande seca, que elevou os preços dos alimentos e gerou fome em larga escala. Num cenário em que o governo via-se perante uma crise financeira, a falta de alimento para a população mais pobre acabou por gerar paulatinamente uma crise política. Procurando solucionar a situação, o rei Luís XVI (1754-93) convocou os chamados Estados Gerais. Tratava-se de um órgão consultivo, composto por membros dos três estamentos da sociedade, que se reunira pela última vez ainda no reinado de Luís XIII, em 1614.
No dia da abertura dos trabalhos, em cinco de maio de 1789, o terceiro estado solicitou que a contagem de votos passasse a ser feita por cabeça, e não por estamento, como fora até então. Um mês seguiu-se com discussões sem resultados, até que o terceiro estado decidiu unilateralmente se reunir numa sala separada. Não conseguindo dissolver esta reunião, o rei ordenaria que os dois outros estados fossem juntar-se ao terceiro. Em nove de julho, era proclamada a Assembleia Nacional Constituinte.
Embora tivesse consentido com a reunião e afirmasse apoiar os deputados, porém, secretamente Luís XVI convocara o exército para dissolvê-la. A notícia acabaria se espalhando pela cidade de Paris, causando a revolta da maioria da população. Nas primeiras horas do dia 14, uma multidão – formada principalmente por operários, artesãos e pequenos lojistas – invadiu os arsenais do governo e tomou posse de mais de 30.000 mosquetes, partindo a seguir em direção à antiga fortaleza da Bastilha. Tendo suas origens ainda no século XIV, a Bastilha funcionara como fortaleza e prisão dos inimigos do rei, mas no século XVIII encontrava-se praticamente desativada, funcionando mais como um depósito de armas do Estado. Na ocasião de sua tomada, ela continha apenas sete prisioneiros.
Tendo pouco mais de 100 guardas para defendê-la, a fortaleza foi presa fácil para as milhares de pessoas que procuraram invadi-la. O governador da Bastilha ainda procuraria negociar com a multidão enfurecida, mas acabaria decapitado, com a cabeça sendo espetada em uma lança. Depois de várias horas de combate, a Bastilha foi tomada. Pouco depois, seria incendiada. A notícia rapidamente se espalharia pelo reino, animando os insatisfeitos com o regime absolutista com a possibilidade de mudanças efetivas. Por este motivo, a queda da Bastilha é amplamente considerada como o marco inicial da Revolução Francesa. Já em 1790, a data se tornaria um feriado nacional, mantido até os dias de hoje.
Bibliografia:
http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/queda-da-bastilha-o-inicio-da-revolucao/
http://www.dw.com/pt-br/1789-queda-da-bastilha/a-591877
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/07/130714_franca_bastilha_fl
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/queda-da-bastilha/