Chama-se de “Questão Palestina” o conflito surgido com a criação do Estado de Israel em 1948 culminando com a 1ª Guerra Árabe-Israelense.
Costuma-se atribuir o termo, também, ao problema dos refugiados palestinos que se viram obrigados a deixar a região quando da criação de Israel, chegando a 900mil na época.
O conflito se deve ao confronto entre duas ideologias nacionalistas: o Sionismo, movimento judeu surgido no século XIX e que prevê a criação de uma pátria judaica, e o nacionalismo árabe que tomou força com a queda do Império Otomano e culminou com a criação da Liga árabe em 1945.
Os judeus, também chamados de israelitas, israelenses ou hebreus, são um povo de origem semita que teriam migrado para a região da palestina ocupando-a por um longo tempo até que uma grave seca os teria forçado a migrar para o Egito. De lá eles retornam por volta do ano 1200a.C no episódio conhecido como “Êxodo” conquistando a região que acreditavam ser-lhes prometida por Deus e subjugando toda a palestina.
Mais tarde, no episódio conhecido como “Cisma” o reino é dividido e são formados os Reinos de Israel ao norte e de Judá ao sul, com capital em Jerusalém. O Cisma enfraquece os dois reinos facilitando o seu domínio pelos Assírios quando os hebreus são levados para a Babilônia – “1ª Diáspora Judaica” ou “Cativeiro da Babilônia”. Anos depois, Ciro, o rei dos Persas, permite que os hebreus voltem à Palestina onde ainda seriam governados pelos Persas, pelo Império Helenístico (Greco-Macedônico), Egito e finalmente pelos Romanos que os expulsam da palestina intensificando o processo de dispersão dos judeus (diáspora).
Os árabes são descendentes de povos nômades que habitavam a Península do Sinai e na verdade constituem uma infinidade de povos e tribos que habitavam o Oriente Próximo e o Oriente Médio. Com a unificação da Arábia surge de fato a identidade do povo árabe e um dos maiores impérios que o mundo já viu. Através da absorção de outras culturas os árabes desenvolvem as artes e as ciências, mas, com o surgimento de outras dinastias e a derrota na Península Ibérica (pelos Francos) o império se enfraquece e declina dando lugar a outros impérios que dominariam por séculos a região. O Império Turco-Otomano foi o último. Após a 1ª Guerra Mundial, ele dá lugar ao colonialismo franco-britânico na região que seria importante na criação de diversos estados nacionais.
Com o surgimento do nazismo na Europa o Sionismo toma força e judeus começam a migrar para a Palestina formando os kibutzim, colônias agrícolas. A princípio o Sionismo é tido como loucura até mesmo entre os judeus, mas, a idéia de reunir todos os judeus dispersos pela Diáspora (processo de dispersão dos judeus iniciado com a conquista da palestina pelos Assírios) acaba conquistando a todos, até que por fim, a ONU proclama a criação do Estado de Israel, em 53% do território da Palestina, e do Estado da Palestina, em 43% do território.
Mas a iniciativa seria logo rechaçada pelos países árabes que declarariam guerra a Israel dando início aos conflitos armados. À 1ª Guerra Árabe-Israelense se seguiriam ainda muitos conflitos: a 2ª Guerra Árabe-Israelense em 1956 ou Guerra de Suez; a Fundação dos grupos terroristas “Al Fatah” e “OLP” – Organização pela Libertação da Palestina em 1959 e 1964 respectivamente; a Guerra dos Seis Dias ou 3ª Guerra Árabe-Israelense em 1967; e a Guerra do Yom Kippur ou 4ª Guerra Árabe-Israelense em 1973.
Durante todo esse período, Israel ganha apoio dos EUA que haviam emergido como potência mundial desde a 1ª Guerra, enquanto que os Árabes enfrentavam diversos conflitos internos e contavam com o apoio Russo personificado no apoio ao governador egípcio Gamal Abdel Nasser, ícone do nacionalismo árabe.
Contudo, após a Intifada, movimento de revolta dos palestinos nos territórios ocupados pelos israelenses – de 1987 a 1993 – e por causa da pressão internacional e da OLP, Israel propõe um acordo de paz que leva a um reconhecimento mútuo e a assinatura de um acordo em 1994 onde Israel reconhece a soberania palestina sobre a Faixa de Gaza e Jericó. Mas o assassinato do Primeiro Ministro Israelense Yitzhak Rabin põe fim às negociações iniciando uma onda de ataques terroristas de ambas as partes. Mais tarde as negociações são retomadas, mas sem nenhuma decisão definitiva. Enquanto isso os atentados continuam e milhares de palestinos continuam refugiados em países como a Síria e o Líbano.