O desenvolvimento de um sistema de crenças esteve presente no mundo antigo de diversas formas. No caso grego percebe-se que a religiosidade esteve diretamente relacionada às cidades e sua expansão. Isto porque não se pode entender a Grécia Antiga como um Estado centralizado. A formação de nações ao redor do mundo é uma experiência moderna. Assim, embora a religiosidade se expressasse de maneiras diversas, pode-se compreender que havia certa semelhança em sua organização e expressão em cada uma das pólis.
Um dos pontos centrais de uma cidade-estado eram os templos. Eles organizavam e reuniam a população desde a sua construção. Assim, as formas de acreditar eram variáveis, e cada templo ditava uma crença. A religiosidade era vivenciada a partir da contribuição das pessoas, seja na difusão de mitos ou mesmo na feitura de imagens nos templos.
Os gregos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses, mesmo não adorando a todos. Isso porque usualmente um deus predominava em uma determinada pólis. Estes deuses tinham forma e viviam próximos aos homens: suas ações e decisões não estavam tão distantes da humanidade. Os gregos acreditavam que eles se expressavam no cotidiano: nas chuvas, na natureza, nas decisões. Assim, os deuses agiam de forma direta na vida das pessoas. Acreditava-se, por exemplo, que Poseidon dominava os mares, que Zeus era responsável pelas chuvas. Além dos deuses outras entidades habitavam o sistema de crenças grego, como as sereias. Estes outros seres, assim como os deuses, estavam cotidianamente presentes na vida dos gregos. O que diferia os deuses dos seres humanos era a imortalidade.
Além de se expressarem diariamente, a atribuição de significados aos deuses é uma forma de perceber como os gregos davam sentido aos seus sentimentos por meio dos deuses. Afrodite, por exemplo, é a deus que simboliza o amor. Atena, a sabedoria.
Embora muitas vezes considerados fantasiosos, os mitos podem ser fontes bastante úteis para o historiador que pretende compreender a sociedade grega. O historiador Paul Veyne aponta que os mitos não são apenas relatos sem sentido, mas sim fazem parte de uma forma de expressão de uma sociedade, que, embora tenha alterado uma realidade, exprimem sentidos de uma sociedade temporalmente já tão distante.
Assim, os mitos podem ser entendidos como uma tradição oral que depois de muito circularem pela fala, podem hoje ser lidos e acessados pelos historiadores. É uma forma de dar sentido ao mundo. Os mitos, portanto, exprimem a forma como os gregos lidavam com a natureza, com os sentimentos e como respondiam questões como a origem do universo. Eles fazem parte do sistema de crença gregos.
Os gregos acreditavam que os deuses habitavam o Olimpo. Em nome de Zeus, o deus dos deuses, eles celebravam os Jogos Olímpicos, a cada quatro anos. A religiosidade grega se expressava através de rituais que se davam em torno de altares e envolviam música, canto e competições em homenagem a um deus, como era o caso dos Jogos. O Partenon é um monumento religioso construído no século V a.C. em homenagem à Atena, deusa de Atenas. Sua construção destaca-se na paisagem e demonstra o poder de Atenas.
Afrodite, Zeus, Apolo, Ártemis, Eros, Hades, Hermes, Perséfone eram deuses que povoavam a vida dos gregos na antiguidade e estavam presentes no cotidiano. Eram formas de dar sentido à vida e explicar o inexplicável até então.
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Referências:
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.
VEYNE, Paul. Acreditavam os gregos em seus mitos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.