A chamada Revolta do Sal ocorreu na Capitania de São Paulo e Minas de Ouro no ano de 1710 e é considerada pelos historiadores como uma revolta que faz parte dos movimentos nativistas.
O sal, no século XVIII, era um produto muito importante, pois era através dele que se conservava a carne vendida nas regiões das minas, que haviam crescido bastante devido às descobertas e explorações de ouro e pedras preciosas. Foi nesse contexto que no ano de 1631 a Coroa Portuguesa passou a ter o monopólio desse tipo de comércio, o chamado “monopólio do sal” na região do Porto de Santos, garantindo, dessa maneira, o abastecimento deste produto em Portugal e a outros países. Para aumentar a lucratividade, os produtores tomaram algumas medidas para, como a distribuição em menores quantidades do que geralmente eram consumidas e o armazenamento em esconderijos dessas mercadorias, simulando uma escassez, forçando seu preço para cima. Esse movimento para lucrar em cima do sal já estava sendo realizado em outros lugares como na Capitania do Rio de Janeiro. Mas essas práticas acabavam prejudicando também os compradores internos e a Coroa Portuguesa não se importava com a baixa distribuição do produto dentro de sua própria colônia e não tomava nenhuma providência para acabar com este abuso.
No ano de 1710, diante do descaso das autoridades, o paulista proprietário de terras Bartolomeu Fernandes de Faria juntou um grupo de índios nativos e escravos e armou essas pessoas, com o objetivo de invadir o porto de Santos e distribuir o sal para aquelas pessoas que necessitavam do mesmo. Assim se inicia a Revolta do Sal. Para evitar que as autoridades fossem atrás dos colonos que invadiram o porto a mando dele, Bartolomeu Faria ordenou que a ponte que ligava a ilha de São Vicente ao porto de Santos fosse destruída. Essa empreitada deixou a Coroa Portuguesa furiosa, pois revelou sua fraqueza na defesa do porto e Bartolomeu passou a ser perseguido, sendo que em 1711, D. João V enviou uma carta ordenando a prisão imediata do mesmo.
Foi somente no ano 1718, oito anos após a invasão ao Porto de Santos, que as autoridades portuguesas conseguiram capturá-lo. Assim que o homem foi preso, foi ordenado que o prisioneiro fosse enviado para Salvador, então capital da colônia, a fim de ser julgado. Mas o homem contraiu varíola e acabou morrendo no ano de 1719, com 80 anos, antes de qualquer punição.
Referências Bibliográficas:
COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2016.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.