Samaritanos

Por Ana Lucia Santana
Categorias: Antiguidade, Religião
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Conforme as Antigas Escrituras, Israel era constituída por doze tribos que mantinham entre elas um certo clima de hostilidade. Elas foram unidas pelo soberano conhecido como Saul, por volta de 1000 a.C. Depois dele vieram David e Salomão. Quando este morreu, aproximadamente em 930 a.C., estes povos provocaram entre si uma profunda ruptura.

Depois deste cisma, as populações da região norte instituíram o Reino de Israel, igualmente denominado reino da Samaria, pois esta era a cidade que, na época, ou seja, no século IX a.C., foi escolhida para sediar a capital israelita. Bem próximo a este povo, no Sul, estavam localizados os domínios de Judá.

Grupo de Samaritanos (1900 - Enciclopédia Judaica)

Desde o início os dois povos viviam em constante rivalidade, e esta repulsa permaneceu indefinidamente, perdurando, de certa forma, até os dias atuais, pelo menos sob o ponto de vista dos hebreus mais ortodoxos, que não consideram os samaritanos judeus, nem mesmo filhos de Israel, mas sim descendentes de estrangeiros, ao contrário das autoridades governamentais, que os vêem como legítimos israelitas.

Na época de Jesus, os samaritanos se isolaram, para se distanciarem de Jerusalém. Assim, eles criaram regras e preceitos próprios, edificaram um templo só para eles, e instauraram nas Escrituras algumas modificações. Eles só aceitavam o Pentateuco, no qual está inscrita a Lei de Moisés, a qual eles observam rigidamente até hoje, sendo por isso conhecidos como ‘os observantes’.

Esta comunidade étnico-religiosa não se considera parte da sociedade judaica, e se autodenomina ‘israelita-samaritana’, a herdeira do Reino de Israel, mais precisamente dos clãs de Efraim e Manassés, descendentes de José. Este ponto de vista dos samaritanos coincide com o da maior parte dos pesquisadores.

Eles residem, atualmente, em Holon, localizada em Israel, e em Nablus, situada na Cisjordânia; não dispõem de rabinos e rejeitam o Talmud, cultuado pelos judeus ortodoxos. Há cerca de 700 samaritanos em todo o Planeta, sua língua é o hebraico na versão moderna e o árabe praticado pelos palestinos. Nos seus rituais eles usam o hebraico samaritano.

A antiga Samaria foi aniquilada e reedificada inúmeras vezes, ainda sob o Império Romano. Tornou-se, na época, uma das quatro regiões que constituíam a Palestina. O governante conhecido como Herodes, o Grande, decorou-a com luxuosas obras, conferindo-lhe então o título de Augusta, em homenagem a Augusto, imperador romano.

Diante dos judeus conservadores eles eram vistos como hereges e tratados com desdém, condenados, perseguidos, caluniados. Judá e Israel se contrapunham em grande parte por alimentarem diferentes pontos de vista religiosos, apesar de, paradoxalmente, suas crenças terem a mesma procedência original.

A comunidade dos samaritanos tende a diminuir cada vez mais, pois eles só contraem matrimônio entre si, são muito rígidos e intolerantes, além de dificilmente aceitarem conversões de membros de outros grupos.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samaritanos
Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Edições FEESP, São Paulo, 1998.
Bíblia Sagrada. Edição Pastoral, Paulus, São Paulo, 1998.

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