Saques de Roma

Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

Categorias: Civilização Romana
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A partir do terceiro século o Império Romano passou a enfrentar uma grave crise, que ameaçava a estabilidade do território romano. As invasões bárbaras eram uma ameaça constante, especialmente por parte dos povos vindos no norte da Europa, como os visigodos e os vândalos, dentre outros. Eles foram responsáveis por conquistar diversas porções do território romano. Os vândalos tomaram o norte da África, os visigodos conquistaram a Península Ibérica, os francos tomaram uma porção da Gália e os anglo-saxões conquistaram a Bretanha, ocasionando um enfraquecimento contundente no Império Romano e diminuindo seu território. Esses povos ameaçavam o império não só pela tomada de suas terras, mas também pela divulgação de suas culturas num Império que se pretendia homogêneo.

Assim, durante as invasões bárbaras Roma foi saqueada diversas vezes, por diferentes povos. O primeiro saque de Roma deste período foi efetivado pelos visigodos, em 410 d.C. Passado um longo período de prosperidade, a partir do século III em diante, os romanos passaram a enfrentar a ameaça real de tomada do seu território por parte de povos invasores. A primeira vez que isso se concretizou na época foi quando os visigodos conseguiram saquear Roma, o que pode ser interpretado como o ponto de partida para o início do declínio do Império Romano do Ocidente.

O segundo saque sofrido por Roma ocorreu em 455 e foi lavado a cabo pelos vândalos, que à época enfrentavam Petrônio Máximo, imperador do Império Romano do Ocidente. Os vândalos permaneceram em Roma por catorze dias, e saquearam bens da cidade, além de capturarem a imperatriz Licínia Eudóxia e suas filhas. Os vândalos eram comandados pelo rei Genserico, que ficava localizado em Cartago.

Por fim o terceiro saque a Roma foi efetivado pelos Hérulos, povo comandado por Odoacro. Em 476 os hérulos invadiram, saquearam e depuseram o imperador Rômulo Augusto, pondo fim assim ao Império Romano do Ocidente. O Império Romano do Oriente – também conhecido como Império Bizantino – manteve-se por quase um milênio, chegando ao fim somente em 1453. Os saques a Roma levaram à desintegração do Império Romano do Ocidente, e as invasões bárbaras tiveram papel fundamental nesse processo. Mesmo após o fim do Império Romano do Ocidente os saques de povos invasores continuaram frequentes e em 546, os Ostrogodos promoveram mais uma invasão a Roma.

As invasões bárbaras e os saques enfraqueceram ainda mais o Império Romano. Foi durante essa época que que o cristianismo ganhou força, chegando a população e ganhando fiéis, porque transmitia ensinamentos e promovia a esperança em momentos de crise acentuada.

O ano de 476 marca não só o fim do Império Romano do Ocidente como também o período que tradicionalmente conhecemos como Idade Antiga. A partir desse momento, em especial da formação e consolidação do Império Bizantino e da difusão do cristianismo, inicia-se o que costumamos chamar de Período Medieval.

Referência:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

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