Esta expressão costuma designar o período de auge da cultura espanhola, que coincide tanto com uma fase de grande poder político, econômico e militar do reino durante as vidas de Carlos I (1500-58) - também Sacro Imperador Romano Germânico como Carlos V - e de seu filho Felipe II (1527-98), quanto com uma decadência progressiva após as perdas na Guerra dos Trinta Anos (1618-48), ocorrida durante o reinado de Felipe IV (1605-65). Embora o começo do que pode mais precisamente ser nomeado como uma era dourada espanhola não esteja bem fixado, o fim costuma coincidir com a morte de Carlos II (1661-1700) e a ascensão da Casa Bourbon. Desta maneira, então, o Século de ouro espanhol costuma se referir ao período em que a Casa Habsburgo se encontrava no trono.
Partindo disso, um dos marcos culturais utilizados para se datar o início do período – a publicação da Gramática Castellana por Antonio de Nebrija em 1492 – poderia ser desconsiderado, uma vez que o evento ocorreu enquanto a dinastia Trastámara ainda reinava em Castela e Aragão com os Reis Católicos, o casal Isabel I (1451-1504) e Fernando II (1452 – 1516), muito embora a Reconquista por eles concluída seja vista por muitos como o início da era dourada. Talvez um ponto inicial mais consensual, então, seja o nascimento daquele que se tornaria um dos pintores mais importantes do período, Juan de Juanes (1510-79), autor de obras como A Sagrada Família e O Martírio de São Estevão. Outro pintor notável deste século seria Luis de Morales (1515-86), cujas obras mais conhecidas são Piedade e Cristo ante Pilatos. Já no século XVII, um dos pintores mais representativos da contrarreforma em geral seria o espanhol Francisco de Zurbarán (1598 – 1664), autor de A Anunciação, Agnus Dei e Santa Isabel de Portugal. Um dos mais famosos de todos os pintores da era seria Diego Rodríguez y Velásquez (1599 – 1660), que se consagrou ao retratar a família de Felipe IV em diversos retratos, como aquele que é considerado a sua maior obra: Las Meninas. Em uma época anterior, também foi célebre Doménikos Theotokópoulos (1541 – 1614) – melhor conhecido como El Greco -, autor de El Expolio e A Abertura do Quinto Selo.
O século de ouro espanhol também produziria grandes obras literárias. Entre diversos exemplos, podem ser citadas as centenas de peças de teatro e comédias escritas por Félix Lope de Vega (1562 – 1635), como La Arcadia e La Gatomaquia, as análises e biografias escritas por Francisco de Quevedo (1580 – 1645), como Vida de Marco Bruto e Grandes anales de quince días, além da coleção de poesias El Parnaso Español. Não deve deixar de ser citado ainda Miguel de Cervantes (1547 – 1616), autor do clássico Dom Quixote e outras obras menos conhecidas, como as comédias El gallardo español e El Rufián Dichoso.
Além dos autores ligados às artes propriamente ditas, este período também viu se destacarem nomes relacionados ao direito, como Bartolomeu de las Casas (1474 – 1566); filosofia, como Francisco Suárez (1548 – 1617); farmacologia, como Andrés Laguna (1499 – 1559); matemática, como Pedro Nunes (1502 – 78); educação e psicologia, como Juan Luis Vives (1493 – 1540). Em relação à música, podem ser citados Cristóbal de Morales (1500 – 53) e Francisco Guerrero (1527 – 99).
Bibliografia:
http://www.spanisharts.com/e_index.html/
https://umbrasileironaespanha.wordpress.com/tag/seculo-de-ouro-espanhol/
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2005/09/21/000.htm
https://www.espacoacademico.com.br/053/53lopes.htm