Segunda Guerra Médica

Por Pedro Eurico Rodrigues

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

Categorias: Antiguidade, Civilização Persa, Grécia Antiga
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Com a vitória ateniense na Primeira Guerra Médica, Milcíades, seu líder, conquistou poder. Logo após o fim da Batalha de Maratona ele colocou a sua frota contra algumas ilhas do Mar Egeu, exigindo tributos dos habitantes. Sua postura o fez perder a confiança dos atenienses, que passaram a vê-lo como um líder tirânico. Enquanto isso os persas eram liderados por Xerxes que, após conter alguns conflitos, preparou-se para voltar a atacar os gregos. Dez anos após a Batalha de Maratona, em 480 a.C., Xerxes partiu em direção à Grécia.

Por outro lado, com a formação da Liga de Delos, os gregos estavam preparados para recebe-los e contê-los. Novamente os persas estavam em maior número, mas os gregos usaram de estratégia militar para contê-los: ao entrarem na península os persas foram detidos pelas tropas helênicas que detiveram o exército de Xerxes no desfiladeiro das Termópilas, um local estreito e que não deixava condições para que os persas usassem a sua cavalaria. Além disso, suas lanças eram mais curtas que a dos gregos. Essas condições fizeram os persas recuarem e partirem para cima dos gregos pela retaguarda. Para tal ação Xerxes contou com a ajuda de gregos traidores, que auxiliaram no caminho de Xerxes.

Neste contexto, com medo da invasão persa, os gregos evacuaram Atenas, a principal cidade grega, e buscaram proteção para suas mulheres e crianças na região da Ilha de Salamina. Xerxes e sua tropa conseguiram chegar em Atenas e incendiaram os principais prédios e monumentos, inclusive a Acrópole, deixando a cidade acabada. Os gregos foram conduzidos por Temístocles na Segunda Guerra Médica. Ele usou a estratégia de atrair os persas e provocar o conflito, o que ficou conhecido como Batalha de Salamina. Como Salamina era uma ilha, o combate se deu pelo mar, ambiente favorável aos gregos, que saíram vitoriosos também desta batalha.

As intenções de Temístocles eram maiores: descolar o combate entre gregos e persas para a Ásia Menor. No entanto, Esparta não apoiou a ideia temendo uma invasão persa no Peloponeso, sua região. Assim, a guerra continuou no território grego. Os persas voltaram a invadir a região da Ática em 479 a.C mas encontraram do lado oposto, além dos atenienses, o forte exército espartano com seu líder Pausânias, que venceu os persas que, enfim, retiraram-se da região.

Para além das consequências advindas da disputa entre gregos e persas uma outra herança das Guerras Médicas foi a formação de alianças no mundo grego. Se incialmente a formação da Liga de Delos foi fundamental para a defesa das cidades-estado gregas, ela também possibilitou o crescimento de Atenas, que usou da arrecadação de tributos para reconstruir sua cidade, destruída por Xerxes. Atenas passou a formar o que chamamos de hegemonia e concentrar o poder, deixando outras poleis descontentes. Além disso, o embelezamento de Atenas, as obras públicas e o florescimento artístico, cultural e social de Atenas são sintomas da concentração de poder a partir da Liga de Delos. A própria democracia nasce a partir do poderio desenvolvido por Atenas após as Guerras Médicas. É neste cenário que Esparta opta por sair da Liga de Delos e tomar a frente na fundação uma nova aliança, a Liga do Peloponeso. A disputa entre as duas alianças é uma das guerras mais conhecidas na história da humanidade: a Guerra do Peloponeso.

Referências:

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.

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