Segunda Guerra Mundial no norte da África

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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O início da Segunda Guerra Mundial com a declaração da França e da Grã-Bretanha contra a Alemanha significou o recrutamento de milhares de soldados e operários africanos no continente. Assim, africanos tanto do Norte como do Sul do Saara lutaram contra as tropas alemãs e italianas, seja no próprio continente africano ou mesmo na Europa. A versão oficial desta história conta que os soldados e operários voluntariavam-se a lutar na guerra, entretanto, relatos contrapõem-se a este discurso, afirmando que o recrutamento forçado por parte das nações europeias era uma realidade em África. Mesmo que milhares de africanos tenham lutado na Segunda Guerra este dado pouco é abordado nos livros didáticos. Além disso, o reconhecimento aos africanos que lutaram na Segunda Guerra ainda é muito tímido. A experiência da guerra foi bastante importante também porque foi uma força motriz para as lutas por independência, tão presentes no continente africano nas décadas de 1950 e 1960, posteriormente à guerra.

Cabe aqui relembrar que o continente africano foi partilhado entre nações europeias no final do século XIX por meio da Conferência de Berlim. Assim, muitos países africanos no século XX ainda pertenciam a nações europeias e conquistaram sua independência antes, durante e até mesmo após a Segunda Guerra Mundial. Esse processo de colonização de África favoreceu as potências europeias envolvidas na guerra e possibilitou o recrutamento de um grande número de africanos para lutarem em seus conflitos.

O Norte da África foi palco de importantes disputas. A Campanha Norte-Africana ou a Guerra do Deserto, travada entre os Aliados e o Eixo, teve duração de 10 de junho de 1940 a 16 de maio de 1943 e ocorreram principalmente nos desertos líbio e egípcio, no Marrocos, na Argélia e na Tunísia. Cabe lembrar que dos países aqui citados apenas o Egito já havia conquistado sua independência da Inglaterra em 1922, enquanto os demais permaneciam como colônias. A Líbia teve sua independência declarada apenas em 1952 enquanto Marrocos, Argélia e Tunísia ficaram livres da França somente em 1956, ou seja, após a guerra.

O conflito entre Aliados e Eixo no norte do continente africano envolveu também os Estados Unidos, que entram na guerra em 1941 e deram assistência militarizada em África.

A luta em África começou com a declaração de guerra italiana em 10 de junho de 1940. Dias depois o exército britânico cruzou a fronteira da Líbia, capturando um forte italiano. A Itália passou a fazer uma investida no Egito, que gerou um contra-ataque britânico no final do ano de 1940. Esse movimento foi chamado de Operação Compasso. Nesta operação o exército italiano foi destruído e o Afrika Korps – forças alemãs enviadas à África – da Alemanha Nazista foram enviados em apoio às forças italianas, já prevendo uma total derrota do Eixo.

Assim, uma série de conflitos com vistas ao controle da Líbia e de partes do Egito foram travados. As forças britânicas acabaram com as forças do Eixo. Estas foram cercadas pelos Aliados e renderam-se.

O conflito acabou com a vitória dos Aliados na Campanha Norte-Africana.

Referências:

HERNANDEZ, Leila M. G. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.

MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.

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