O Sultanato de Mascate foi o centro de um império de breve duração, mas cujo legado ainda pode ser percebido. Sua poderosa força naval permitiu a conquista de parte dos atuais Emirados Árabes Unidos, Baluquistão (atual sudoeste do Paquistão), Zanzibar e as costas adjacentes de Quênia, Tanzânia e Moçambique. Mascate também se envolveu no lucrativo e hediondo comércio de escravos, em uma rota alternativa à das potências europeias da época, através do leste da África, fornecendo mão-de-obra barata para o oriente médio e Índia.
Mascate é uma das cidades mais antigas do oriente médio. Por volta do século II a.C. já é conhecida no ocidente pelas especiarias que fornece para Grécia , Roma e todo o Mediterrâneo. O centro comercial da cidade localizava-se num ponto chamado Khour Rouri, que os gregos chamavam de "Muscat". (Khour Rouri é hoje um sítio arqueológico, cerca de 500 quilômetros ao sul da atual Mascate).
A primeira missão estrangeira em Mascate foi a frota do português Vasco da Gama, que lá desembarcou, a caminho da Índia. Gama retornaria em 1507 para saquear e conquistar a cidade. A colonização portuguesa se estende até 1649, quando o imame Sultan bin Saif derrota os portugueses sob o comando de André Pereira dos Reis, que se refugiam em Goa, na Índia.
Com os poderosos navios de guerra capturados da marinha portuguesa, o imame estabelece um império que ia desde a ilha de Zanzibar, na África oriental, até Gwadar, sul do Paquistão. Escravos eram trazidos de Zanzibar e do Baluquistão para Omã, e eram negociados com outros estados.
Sempre existiram diferenças históricas entre o rico sultanato de Mascate, localizado no litoral, de inclinação secular e as tribos do interior. Embora os territórios interiores estivessem sob o controle nominal dos sultões de Mascate, eram na prática dirigidos por líderes tribais e pelos imames conservadores de Omã, praticantes do islã ibadita.
As primeiras décadas do século XIX são de desintegração do império omani, que tem várias áreas conquistadas pelos britânicos. O país adota o nome de Mascate e Omã em 1820, e em 1853, a ilha africana de Zanzibar torna-se oficialmente capital do sultanato em um processo parecido com o que aconteceu com D. João VI em relação a Portugal quase na mesma época.
Em 1920, o país adota um sistema onde o sultão governa Mascate e o imame controla Omã, num exemplo de duarquia. Tal regime dura até 1959, quando, com a ajuda dos britânicos o sultão derrota o imã e se declara Sultão de Omã. Mais tarde, em 1970, o atual estado omani é unificado, assumindo a atual forma.
O último domínio do sultanato a ser liberado é a região do Makran (atualmente, a metade oeste do litoral do Paquistão), em 1955. A cidade de Gwadar permanece como um enclave dentro do território entregue, sendo comprada três anos depois pelos paquistaneses por três milhões de dólares. Zanzibar deixa finalmente de pagar o antigo subsídio anual para Omã na ocasião de sua independência, no início de 1964.
Bibliografia:
Sultanate of Oman (em inglês). Disponível em: <http://www.omansultanate.com/governorates-masqat.htm >.