A Terceira Guerra Púnica foi o último conflito que opôs Roma e Cartago, selando a completa destruição desta.
No nascedouro do Império Romano, Cartago era uma cidade muito próspera. Os cartagineses se solidificaram como uma grande potência da Antiguidade em decorrência de bem sucedidas relações comerciais. Dominavam o comércio no Mar Mediterrâneo e por isso eram donos de grandes riquezas e um sólido exército e frota marinha. Roma e Cartago tinham um relacionamento pacífico, o qual foi rompido por conta do interesse dos romanos de conquistar a ilha de Sicilia.
Com seus vários parceiros comerciais e com sua posição estratégica geograficamente para a navegação, Cartago usufruía dos lucros obtidos com a ilha de Sicilia. Com o processo de expansão, Roma investiu na conquista da Sicilia, mas os cartagineses não queriam perder o privilégio do comércio na região. Teve início então a Primeira Guerra Púnica e o fim da cordialidade entre Roma e Cartago.
Cartago foi derrotada por duas vezes pelos romanos. O prejuízo econômico e humano foi enorme para os cartagineses, que deixaram de ser uma grande potência e cederam o posto unicamente para Roma. Após a Segunda Guerra Púnica, Roma deixou Cartago em situação complicada de sustentação e enfim abriu caminho para se tornar o grandioso Império Romano na Antiguidade, uma vez que conquistou áreas que ainda restavam sob o domínio dos cartagineses.
Com o massacre da Segunda Guerra Púnica, Cartago passou a não oferecer perigo para os romanos, tampouco tinham condições de enfrentá-los e alguma forma. Os dois lados passaram a viver em paz durante alguns anos, mas os romanos guardavam certo rancor da antiga potência rival. Roma se sentiu mais incomodada ainda ao ver que, mesmo com mínimos recursos, Cartago voltava a prosperar. Diz a lenda que o desejo de destruir Cartago se tornou um provérbio para os romanos: Cartago precisa ser destruída.
Cartago dependia de liberação do Senado de Roma para entrar em guerra contra qualquer povo, mas também não tinha recursos e nem interesse nisso. Todavia, Roma arquitetou um plano com seus novos aliados africanos para atacarem Cartago. Os cartagineses imploraram ao Senado romano para se defenderem, mas a defesa foi negada por três longos anos. Cansados de esperar, os cartagineses resolveram atacar sem o consentimento do Senado e então criaram o motivo necessário para que os romanos pudessem também atacá-los.
Em 149 a.C. teve início a Terceira Guerra Púnica. Os romanos invadiram a cidade já debilitada há seis anos para concluir a aniquilação que tanto desejavam. Cartago foi completamente destruída desta vez, literalmente apagada do mapa. Até hoje os arqueólogos não descobriram exatamente a localidade exata da cidade de Cartago, as referências feitas em mapas romanos indicavam outra Cartago, criada como colônia pelos próprios romanos. A cidade de Cartago original teve o chão salgado para que nada mais crescesse no local, tamanho o ódio dos romanos. A Terceira Guerra Púnica acabou em 146 a.C. com mais uma vitória romana, mas absolutamente devastadora.