O hormônio liberador de gonadotrofina, de sigla GnRH, é um hormônio polipeptídico sintetizado pelo hipotálamo, que age sobre a hipófise e leva à liberação dos hormônios LH e FSH (hormônio luteinizante e folículo-estimulante, respectivamente)
No ano de 1971, Matsuo determinou a estrutura molecular do GnRH como sendo um decaptídeo. Este hormônio se liga aos receptores de membrana presentes nas células da adeno-hipófise, ativando a adenilciclase e, conseqüentemente, elevando a formação de AMP cíclico (AMPc) a partir de ATP dentro das células, estimulando, desta forma, o aumento de retenção de cálcio, e ainda, a ativação da proteína quinase C, resultando em síntese e secreção dos hormônios LH e FSH .
O GnRH é responsável por regular indiretamente a atividade gonadal por meio de estímulos da secreção de LH e FSH pela hipósfise. A frequência e amplitude dos pulsos de GnRH e gonadotrofinas são responsáveis pelo controle da atividade gonadal e, consequentemente, das funções reprodutivas.
Nos gonadotrofos, o GnRH estimula a síntese de seus receptores quando secretado em picos, gerando um up regulation da quantidade de receptores. Fatores que levam à redução da frequência de pulsos de GnRH diminuem a sensibilidade dos gonadotrofos, comprometendo a função reprodutiva. Contudo, a exposição contínua da hipófise ao GnRH resulta, após uma estimulação inicial, em dessensibilização hipofisária com redução da secreção de LH.
A frequência e amplitude dos pulsos de secreção de GnRH dependem de neuromodulações e podem variar de acordo com a maturação sexual e fase do ciclo reprodutivo.
A conversão de estímulos elétricos em hormônio, realizada pelos neurônios secretores de GnRH, pode ser evidenciada pelo aumento na secreção de GnRH após estimulação elétrica da região pré-optica ou do hipotálamo anterior. Em contrapartida, o bloqueio de impulsos adrenérgicos ou da atividade dopaminérgica inibe a secreção de GnRH.
Nos humanos, este hormônio é comumente utilizado no tratamento da amenorréia de etiologia hipotalâmica, um problema que causa a ausência de menstruação em consequência de uma produção insuficiente de GnRH. É um tratamento considerado seguro e pouco oneroso. Assim como acontece naturalmente, este hormônio é liberado em pequenos “pulsos”, por meio do auxilio de uma pequena bomba que funciona 24 horas por dia, acoplada a um cinto, com a agulha encontrando-se introduzida normalmente por debaixo da pele na região abdominal.
Na Medicina Veterinária, este hormônio é muito utilizado na sincronização de cio e transferência de embriões, levando a maturação dos folículos, fazendo com que o animal ovule mais rapidamente, diminuindo assim, o período estral.
Fontes:
http://www.fertilidadeumaviagem.com/opcoes_terapeuticas/terapeutica_farmacologica/terapeutica_de_inducao_da_ovulacao/GnRH/index.asp?C=83455406039634143518
http://pt.wikipedia.org/wiki/Horm%C3%B4nio_liberador_de_gonadotrofina
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.