O nome folha de flandres refere-se ao laminado a frio, com os dois lados revestidos por estanho puro, desenvolvido para evitar a corrosão e a ferrugem. Além de possuir alta resistência e maleabilidade, a folha de flandres incorpora aço para obter rigidez. Com elevada propriedade de vedação, opacidade e excelente maleabilidade, a folha de flandres é ideal para proteção de alimentos, bebidas, e outras substâncias quando embaladas, para que durem muito além do tempo normal expostas em temperatura ambiente.
Os objetos estanhados mais antigos são peças de cobre e bronze feitas no período romano, Para aplicar o revestimento, friccionava-se o objeto com um bastão de estanho. A estanhagem de peças de ferro, um processo mais complexo, só se desenvolve a partir do século X. Depois de polida, a peça era mergulhada numa vasilha com estanho derretido e gordura, até se tornar branca. Esse processo se tornou comum a partir do século XIII na fabricação de utensílios de ferro, como chaves, dobradiças e pregos. A folha de flandres mais antiga foi produzida na primeira metade do século XIV, na Bavária, graças à invenção do martelo hidráulico. No século XVII, a laminação das folhas é aperfeiçoada, e a partir do século XIX o material foi importante no desenvolvimento dos alimentos em conserva, projetados para a conservação de alimentos em longos períodos em meio à guerra.
No cotidiano, encontramos o material em diversas situações, como por exemplo nas latas de bolo, nos componentes do botijão de gás, nas latas de café, latas de cola, equipamentos elétricos e eletrônicos como baterias e componentes, ou nos componentes automotivos como juntas de cabeçote, filtros de óleo, e ainda na área da construção, nos tetos falsos e trilhos, barras de espaço para janelas de vidros duplos, refletores de luz, aletas de radiadores e fitas adesivas reforçadas.
Sua característica principal é o seu calibre fino, que está entre 0,13 mm e 0,49 milímetros. Para além do calibre fino, a folha de flandres possui propriedades mecânicas que atendem às necessidades de várias indústrias, disponível em vários acabamentos de superfície, com três níveis diferentes de rugosidade. Como outros aços, este material é de fácil reciclagem de acordo com requisitos de proteção ambiental.
A folha de flandres é ainda bastante conveniente para corte (guilhotina) e perfuração. Graças ao seu alto nível de ductilidade ( para aço com baixa propriedade mecânica) e propriedades quase isotrópicas, ela pode suportar flexão grave ou laminagem. Sua capacidade de expansão por meio pneumático ou hidráulico podem ser acima de 30%. Na indústria, apresenta-se laqueada em folhas ou em rolos, sendo que várias técnicas de junção podem ser aplicadas no material tais como a rebitagem, grampeamento ou soldagem (soldadura por resistência da costura, em particular).
Bibliografia:
Folha de Flandres. Disponível em: http://www.tinplatechina.com/1-tinplate.html . Acesso em: 29 set. 2012.
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/industria/folha-de-flandres/