Tradicionalmente, as empresas que produzem alumínio não produzem as famosas latas de alumínio, tendo essas empresas que adquirir as suas embalagens específicas.
As bobinas de alumínio laminado são então compradas por fábricas de latinhas e transportadas por caminhões, gerando novas emissões atmosféricas e impactos ambientais, devido à queima de óleo diesel utilizado para a locomoção dos veículos de transporte. As bobinas são então cortadas inicialmente em chapas, as quais são cortadas em discos de aproximadamente 2 centímetros de espessura. Então, submetidos a grande pressão, as paredes externas dos discos são esticadas até chegarem próximas à altura padrão das latas utilizadas pela indústria, diminuindo assim sua espessura original. Finalmente, as latinhas passam então por seis lavagens consecutivas e posteriormente são esterilizadas em fornos especiais de alta temperatura. Essa etapa do processo consome grande quantidade de água, razão esta pela qual esta água deve ser tratada e reaproveitada no próprio sistema de lavagem, evitando-se assim o uso do que se considera “água nova”.
Após é impresso nas latinhas o seu rótulo, por meio de um processo conhecido no meio industrial como flexografia, que se trata de uma impressão gráfica em relevo, o qual utiliza camadas plásticas e tintas apropriadas de secagem rápida. O acabamento é dado com camadas de verniz, que é aplicado sobre o corpo de fundo das latinhas para proteção da impressão.
No momento do envase, por refrigerante, cerveja, ou outro líquido, as latinhas são fechadas com uma tampa, sob prensa de alta precisão para a fixação dos anéis de vedação. Um componente com função selante é então aplicado, o que confere às latinhas uma maior vedação. Depois, são embaladas em estruturas plásticas, derivadas do petróleo, aumentado ainda mais os seus impactos ambientais gerados. Ocorre então seu transporte por caminhões, onde novamente se verifica impactos gerados, e finalmente a sua distribuição às unidades revendedoras, as quais as revendem à supermercados, restaurantes, hotéis, lancherias, entre outros, locais esses que possuem contato direto com os consumidores finais. Esse transporte também é feito sob condições normais, com altos impactos negativos ao meio ambiente.
Dados estimam que um brasileiro consome em média aproximadamente 50 latinhas de alumínio por ano, o que parece um valor elevado, até este ser comparado com um norte americano, que consome aproximadamente 300 latinhas nesse mesmo período. Conforme pôde ser evidenciado, a fabricação desse material gera fortes impactos ambientais, os quais vão muito além da extração do minério encontrado em sua matéria prima.
Referências:
http://www.amda.org.br/detalhe/2,93,2455,ciclo-de-vida-da-latinha-de-aluminio
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/industria/producao-de-latinhas-de-aluminio/