"Você pode matar um homem, mas não pode matar uma ideia".
(Medgar Evers)
Napster foi um programa que possibilitava o compartilhamento de músicas na internet pelo sistema P2P. Criado em 1999 pelos jovens Shawn Fanning e Sean Parker, a rede de troca de arquivos causou uma reviravolta na indústria fonográfica, gerando diversos protestos de artistas que alegavam ter sua propriedade intelectual sendo roubada.
O banda de heavy metal Metallica, encabeçando a causa com o baterista Lars Ulrich, tornou-se um símbolo da luta contra a troca de arquivos, colocando-se publicamente em posição contrária ao compartilhamento de mp3 na internet. Um fato curioso ocorreu em 2000 quando, de forma irônica, o criador do programa Shawn Fanning compareceu ao MTV Video Music Awards vestido com uma camiseta do Metallica. Quando perguntado sobre o porquê de estar usando aquela roupa, respondeu, "um amigo compartilhou comigo", fazendo uma analogia ao termo share (compartilhar), que ficou famoso no mundo todo após o início das atividades do Napster.
O Napster funcionava da seguinte forma: qualquer pessoa com acesso à internet poderia fazer download de arquivos de um computador ou compartilhar músicas de diversos usuários de forma descentralizada. Na plataforma, cada computador ligado à rede apresentava funções de cliente e de servidor.
Um dos primeiros caminhos do Napster até o Brasil ocorreu pelo jornal Folha de São Paulo, que na época publicava, semanalmente, o suplemento Folhateen. Na matéria do caderno foi apresentado um passo a passo para a instalação do programa, desde o local para efetuar o download da plataforma até a fase de compartilhamento de arquivos com outros usuários.
Tamanho foi o alcance do Napster que, no ano 2000, acabou tornando-se uma empresa. Isso ocorreu devido ao número de pessoas que aderiram à ideia de Fanning. A cada semana, o número de usuários se multiplicava. O programa era a nova droga do início do século XXI, chegando ao pico de oito milhões de usuários em 2001, que compartilhavam 20 milhões de arquivos.
Porém, naquele mesmo ano, o Napster acabou sendo fechado depois de diversas ações legais contra o programa. Empresas como Warner e Sony moveram processos contra a plataforma alegando que os arquivos compartilhados também eram protegidos pela lei de direito autoral.
Porém, entre os artistas, muitos demonstraram-se favoráveis ao compartilhamento de arquivos. Um exemplo é Tom Morello (Rage Against the Machine), que se declarou contrário à decisão de sua gravadora, na época, a Sony, de proibir a troca virtual de faixas do álbum Renegades. Além disso, disponibilizou músicas do álbum no site oficial da banda.
Pode-se dizer que as gravadoras, naquele período, conseguiram diminuir o compartilhamento de arquivos na internet. Porém, o conceito de troca de arquivos já estava disseminado no mundo inteiro e novos programa com o mesmo objetivo foram criados, afetando o mercado da indústria fonográfica para sempre. Plataforma novas surgiram, como Audiogalaxy, Morpheus, eDonkey, Kazaa, WinMX, Bitshare e Pirate Bay.
Fontes:
http://www.theguardian.com/music/2013/feb/24/napster-music-free-file-sharing
http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/music/features/napster-two-unwitting-teenagers-and-a-cultural-revolution-8539728.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Napster
http://www.brainyquote.com/quotes/quotes/m/medgarever101375.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/informatica/napster/