Vagalumes

Por Lília de Lima Andrade

Graduada em Ciências Biológicas (UNESP, 2001)
Mestre em Agronomia (UNESP, 2005)
Especialização em Gestão Ambiental (Anhanguera, 2010)

Categorias: Insetos
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Os vagalumes ou pirilampos são pequenos besouros pertencentes a Ordem Coleoptera, Família Lampyridae e Elateridae, também nos gêneros Lampyria, Luciola, Phrixothix (PIBID BIOLOGIA UEPG, 2012) e uma terceira família menor e menos conhecida chamada Phengodidae (VIVIANI, 2007). A palavra pirilampo tem origem no grego onde pyris significa fogo e lampis significa luz. . Recebem esse nome porque, tem como característica marcante órgãos luminosos que lhes conferem a capacidade de luminescência (bioluminescência) ou seja, produzem luz fria e visível.

Vagalume. Foto: khlungcenter / Shutterstock.com

Nos vagalumes, os órgãos luminosos situam-se na face inferior dos 2º ou 3º urosternitos (abdomen) que precedem o último, como os dos pirilampos encontrados de cada lado da parte basal do pronotum (COSTA LIMA, 1952; GALLO, 2002). Essa localização dos órgãos luminosos e também a existência ou não de intermitência da luz classifica esses insetos dentro das duas famílias mencionadas.

Esse órgãos luminosos estão presentes tanto no macho quanto na fêmea sendo que nas fêmeas a emissão de luz é maior. Como será então que esses insetos produzem a própria luz?

Luminescência

Nos órgãos luminosos existem células que produzem uma enzima oxidante, a lucilerase que em presença de água produz a luciferina, uma nucleoproteína. Nessa reação química há a emissão de raios luminosos com a formação de oxiluciferina.

Vagalume. Foto: anko70 / Shutterstock.com

Lampyridae

São conhecidos como vagalumes, contabilizam cerca de 1800 espécies no mundo (VIVIANI, 2007). As larvas desses insetos também apresentam luminescência, relacionada a defesa do animal contra predadores.

Possuem os últimos segmentos abdominais luminescentes, suas larvas são predadoras de caramujos (GALLO, 2002).

Elateridade

Os elaterídeos, conhecidos como pirilampos, tem cerca de 9000 espécies. A luminescência nesta família está associada além da função defensiva a atração sexual.

O corpo dos elaterídeos é alongado e achatado, com protórax destacado entre os outros segmentos, isso lhes dá a capacidade de darem saltos típicos quando virados. Popularmente são conhecidos como “salta-martim”.

Suas cores são pouco vistosas. No gênero Pyrophorus apresentam luminescência verde-azulada e duas máculas no protórax (GALLO, 2002).

Phengodidae

Constituem uma família pequena, com aproximadamente de 170 espécies descritas, quase todas apresentam luminescência. No Brasil foram descritas 50 espécies dentro da subfamília Phengodinae, a maioria dentro da tribo Mastinocerini, mas um número maior de espécies ainda está para ser descrito.

A bioluminescência é certamente uma característica fascinante nesses insetos que ocorrem desde matas a campos cerrados em regiões tropicais e subtropicais.

Referências:

COSTA LIMA, A. Insetos do Brasil. Escola Nacional de Agronomia, série didática n. 9, cap. XXIX - Coleópteros, 1952.

GALLO, D. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

PIBID BIOLOGIA UEPG. Bioluminescência em vagalumes, 2012. Disponível em: http://pibid-bio-uepg.blogspot.com.br/2012/08/bioluminescencia-em-vagalumes.html. Acesso em: 02/04/2017.

VIVIANI, V. R. Luciferases de Vagalumes. Biotecnologia, Ciência & Desenvolvimento, n. 37, ano X, 2007/2008.

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