É importante que o aluno entenda que o "Hebon shiki romaji" ou "romaji" é uma ponte entre a língua japonesa propriamente dita e a língua da pessoa que estuda o idioma. Portanto, romaji não é japonês. Dominar todas as suas característica não vai fazê-lo ser considerado um conhecedor da língua.
Há uma vez ou outra a presença de letras latinas em textos japoneses, mas isso ocorre geralmente na hora de se fazer referência a siglas (como em CBF ou J-pop, por exemplo). De modo informal, em letras de música, encontramos palavras ocidentais, escritas com o alfabeto latino, "encaixadas" no meio do texto em japonês, na sua maioria retiradas do inglês. Isso é mais um charme ou um capricho dos compositores de música pop do que um costume entre os japoneses.
Tanto o romaji como os sistemas pin yin e Wade-Giles de transliteração do chinês, e o sistema McCune–Reischauer do coreano privilegiam em sua composição os falantes da língua inglesa em seu método de representação dos fonemas. No caso do japonês, não há maiores problemas se comparado aos outros sistemas. Vale deixar aqui algumas indicações:
- o japonês possui muitas palavras com uma vogal estendida, o "ou"; sempre que houver uma palavra com a vogal longa "ou", a sua representação, em romaji é ō (a vogal "o" acompanhada de um mácron, um simples traço acima da letra);
- o "j" em romaji possui som de "dj"
- o "ch" tem o valor de "tch"
- não há som forte para o "r" em japonês; na esmagadora maioria dos casos, pronuncie o "r" como em "barata"
- sons como "lh" de "abelha", "nh" de "galinha" ou o "l" de "lata" não se pronunciam em japonês. Na hora de converter um nome estrangeiro para a escrita japonesa que possua estes sons, eles são trocados por "ri", "ni" e "r", respectivamente. Caso o "l" venha no final da palavra, geralmente ele se transforma em "ru".
- o romaji apresenta ainda em alguns casos um apóstrofe no meio de várias palavras. De um modo muito simplista, até porque esta é uma iniciação ao estudo da língua, entenda que em todos os casos em que este apóstrofe surgir, como por exemplo em "man'yōgana", você deve fazer uma breve pausa, uma breve respiração em meio à pronúncia da palavra. O mesmo acontece na hora de registrar a palavra na escrita japonesa: você deve considerar o apóstrofe como um indicador de separação silábica.
É pertinente notar ainda que além do romaji, há outros métodos de transliteração do japonês, como o nihon-shiki, desenvolvido pelos próprios japoneses e o kunrei-shiki, uma versão aperfeiçoada do sistema mencionado antes. Mas, para todos os efeitos, o romaji ainda continua sendo o mais utilizado em escolas e métodos de ensino de estrangeiros.
Elaborado por Emerson Santiago Silva