Concluídas as apresentações dos silabários hiragana e katakana, há ainda algumas questões a serem abordadas antes de partirmos para o vocabulário, e o principal a ser analisado é a pontuação.
Muitos já devem ter percebido que, mesmo com todos estes caracteres, o hiragana e o katakana ainda não cobrem muitos fonemas, como por exemplo, "ga, gue, gui, go e gu". É isto que a aula vai abordar.
Para formar uma gama de outros fonemas, os dois silabários adotam duas marcas de pontuação, chamados de dakuten e handakuten.
O dakuten ou nigori, conhecido ainda popularmente como "ten ten" (algo como "ponto-ponto"), nada mais é que um símbolo parecido com as aspas que utilizamos na escrita no cotidiano:
Ele é aplicado sempre à direita do hiragana ou katakana correspondente. Assim:
As séries hiragana e katakana que podem receber o dakuten, formando assim novos compostos são:
"ka", "sa", "ta", "ha" ---- que, ao receberem o sinal, serão transformados em "ga", "za", "da" e "ba"
Assim, por exemplo, "sa", "si", "su", "se" e "so" poderão ser convertidos em "za", "zi", "zu", "ze" e "zo", e assim por diante.
A nota importante sobre esse modificador é que os fonemas "shi" e "chi", quando marcados com o dakuten, assumem um mesmo fonema, o "ji"; nesse caso, para representar "ji", habitualmente se utiliza o "shi" (tanto a forma em hiragana quanto katakana).
Do mesmo modo, os fonemas "su" e "tsu", quando acompanhados do dakuten, se transformam em "zu"; nesse caso, para representar "zu", o símbolo escolhido geralmente é o "su". "Tsu" acompanhado do dakuten pode ainda ser utilizado para representar o fonema "du".
Além do dakuten, temos o handakuten, ou, popularmente, "maru" (círculo).
Este é aplicado apenas à série "ha", transformando-o em "pa". Assim:
Desse modo, com o handakuten, a série "ha" assume o valor de "pa".
Quando na forma escrita é necessário registrar uma consoante que ocorre em dobro, algo frequente em japonês, utilizamos o sokuon, ou "chiisai tsu" (pequeno tsu). Nada mais é que o hiragana "tsu" (ou, quando se está usando o katakana, o seu equivalente nesta forma) em um formato diminuto, depois do hiragana que se quer indicar. O sokuon já estava presente na primeira frase apresentada, numa das primeiras aulas, veja:
Watashi tachi wa 10 kiro hashitta (Nós corremos 10 quilômetros).
A palavra "correu", em japonês é "hashitta". Para representar esses dois "t", escrevemos o hiragana do fonema, e a seguir, um "tsu" minúsculo, indicando que aquele "t" é dobrado. Claro, quando se estiver escrevendo em katakana, deve se utilizar o "tsu" em katakana.
Agora, a pontuação. A vírgula no idioma japonês é o tōten, e aponta para a direita e para baixo, assim:
Como ponto final, temos o kuten, que é, assim como handakuten, um simples círculo:
Pontos de exclamação e interrogação são utilizados em ocasiões informais, como nos mangás, por exemplo. Em um documento oficial, não são utilizados de modo algum.
Para terminar, penso ser importante a apresentação do dōnojiten ou noma:
O dōnojiten serve para indicar os casos em que um kanji é repetido na língua escrita, como por exemplo no caso de tokidoki (significa "às vezes") ou hitobito (significa "pessoas"). Assim, ao invés de escrever o mesmo kanji de novo, escreva apenas o dōnojiten para deixar claro que aquele caractere está sendo repetido. É utilizado somente entre os kanji:
Elaborado por Emerson Santiago Silva