Nos últimos dez anos, houve mudanças como a crescente das empresas jornalísticas e midiáticas e sua divisão em grandes blocos econômicos. Fora isso, houve a tabloidização da informação (TV), precariedade do trabalho nas redações e diluição da carreira profissional. Assim, tornou-se necessário demarcar as chamadas concepções naturalistas das fontes jornalísticas.
López-Escobar, estudioso da comunicação, disse “as fontes têm o poder de manar, de continuar manando e de deixar de manar”. Sendo assim, são pessoas, grupos sociais, instituições, falas, documentos e dados implicados em desenvolver estratégias com práticas bem determinadas pelos jornalistas.
Esta interação entres os campos da comunicação (fontes-jornalistas) pode ser abordada e classificada em diferentes parâmetros vinculados à perspectivas e interesses distintos.
Desta forma, podem ser divididas em:
- segundo a natureza: fontes pessoais ou documentais;
- segundo a origem: fontes públicas (oficiais) ou privadas;
- segundo a duração: fontes episódicas ou permanentes;
- segundo o âmbito geográfico: fontes locais, nacionais ou internacionais;
- segundo o grau de envolvimento nos fatos: oculares/primárias ou indiretas/ secundárias;
- segundo a atitude face ao jornalista: fontes ativas (espontâneas, ávidas) ou passivas;
- segundo a identificação: anônimas/confidenciais;
- segundo a metodologia ou a estratégia de atuação: fontes pró-ativas ou fontes assumidas/explicitadas ou anônimas/confidenciais;
Apesar destes tópicos estarem em um ângulo de abordagem normativo, que se sustenta dentro de fundamentos referentes à dimensão entre fontes e jornalistas, há também uma análise feita de forma mais funcional que tenta responder duas questões:
O que as fontes procuram quando buscam os jornalistas?
Para responder tais dúvidas, foram listados os seguintes objetivos desejados pelas fontes:
- Visibilidade dos media
- Marcação da agenda pública
- Adesão de produtos e serviços
- Prevenção de prejuízos
- Neutralização de interesses adversários
- Criação de uma imagem pública positiva
Já os jornalistas, buscam de suas fontes:
- Obtenção de novas informações (ineditismo)
- Confirmação das fontes (apuração)
- Dissipação de dúvidas
- Lançamento de matérias e debates
- Recomendações de peritos
- Credibilidade a legitimidade
Nas últimas décadas, surgiram diferentes formas de comunicação institucional, dentre elas, podemos citar as assessorias de comunicação, gabinetes de imprensa, conselheiros de imagem e porta-vozes diretos.A configuração anterior de jornalismo passou por alterações, deixando os profissionais, muitas vezes, sem fazer o papel de gatekeepers, guardiões da informação.
López-Escobar define a relação difícil entre os jornalistas e as fontes usando a expressão “casamento de conveniências”. Para ele: “os jornalistas que convivem frequentemente com determinados meios onde a informação se obtêm – e designadamente com centros de diferentes tipos de poder, com os quais mantêm relações não apenas de proximidade, mas mesmo de intimidade – correm o risco de interiorizar excessivamente a lógica das fontes e mesmo de se sentirem identificados com elas (...)”.
Porém, os problemas dos jornalistas não são somente derivados da inter-relação com as fontes. A própria organização da redação, o tempo destinado a seus trabalhos, interesses de terceiros e pressões internas também limitam o posicionamento do profissional face às fontes de informação.
Estas complicações, apesar de atrapalharem, não transformam o jornalista em mero intermediário ou observador. Eles têm um papel importante e efetivo no material que selecionam, na contextualização da informação e seu enquadramento.
Fontes:
http://pt.scribd.com/doc/75889037/CS-vol2-mpinto-p277-294
http://antoniozai.wordpress.com/page/48/?archives-list&archives-type=tags
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ética_jornalística
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/5512/1/CS_vol2_mpinto_p277-294.pdf
Lopéz-Escobar, Esteban (1988). 'El Informador ... A negociação entre jornalistas e fontes, Minerva: Coimbra.