Hipérbole

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Leia a seguinte frase:

“Está muito calor. Os jogadores estão morrendo de sede no campo”.

Quando lemos essa afirmação, nunca imaginamos jogadores agonizando de sede num campo de futebol, pois compreendemos que o autor da frase fez uso do exagero para impressionar o interlocutor. Quando engrandecemos ou diminuímos exageradamente a verdade das coisas, estamos utilizando a hipérbole.

A hipérbole é exatamente oposta ao eufemismo. Enquanto no eufemismo suavizamos uma expressão chocante, na hipérbole expressamos exageradamente uma idéia, a fim de enfatizar essa informação. Essa figura de linguagem é bastante comum não só nos textos escritos, como na comunicação oral.

Veja os exemplos em textos escritos:

“Rios te correrão dos olhos, se chorares (...)” (Olavo Bilac)

“Brota esta lágrima e cai (...)
Mas é rio mais profundo
Sem começo e nem fim
Que atravessando por este mundo
Passa por dentro de mim”. (Cecília Meireles)

“Queria querer gritar setecentas mil vezes
Como são lindos, como são lindos os burgueses” (Caetano Veloso)

“Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

Exemplo em textos falados:

“Já falei mil vezes com esse menino e ele não me obedece”.

“Vai passar um ônibus pro Inferno, mas não passa o do Novo Juazeiro”.

“Faz umas dez horas que essa menina penteia esse cabelo”.

“A roupa dela está tão curta que daqui a pouco ela está andando pelada na rua”.

“Já faz séculos que esse menino não toma banho, que, quando ele tirar essa roupa, ela vai sair correndo gritando: Me lava, por favor!”

Em suma, hipérbole é a figura de linguagem que consiste em expressar uma idéia com exagero.

Fontes
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.39-41.
PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Técnica Literária. Rio de Janeiro, Presença, 1981, p. 102.
SAVIOLE, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 407.
TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.

Arquivado em: Linguística, Português
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