Sintaxe

Por Daniela Otsuka

Graduação em Letras Português e Inglês (Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2010)

Categorias: Linguística, Português
Faça os exercícios!
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A sintaxe é o estudo da maneira como as palavras se combinam numa oração, quando analisamos a estrutura da frase. Os elementos que compõem a Sintaxe são a Frase, a Oração e o Período. Abaixo vamos entender como funciona cada um deles.

Frase

Frase é um conjunto organizado de palavras que se combinam. Esse conjunto de palavras pode conter uma ou mais orações, englobando diversos elementos. Na Língua Portuguesa, existem cinco tipos de frase, cuja entonação é relacionada ao sentido que exprimem:

Declarativas: expressam declaração ou informação de um juízo a respeito de alguma coisa ou pessoa. Exemplos:

Daniela foi jogar bola.

Vinícius saiu do trabalho.

Interrogativas: expressam pergunta, indagação. Exemplos:

Daniela foi jogar bola?

Queria saber se Vinícius saiu do trabalho.

Exclamativas: expressam admiração, indignação, surpresa, espanto. Exemplos:

Daniela foi jogar bola!

Vinícius está saindo do trabalho!

Imperativas: expressam ordem, pedido. Exemplos:

Daniela, não jogue bola hoje.

Vinícius, saia do trabalho!

Optativas: expressam desejo. Exemplos:

Tomara que Daniela jogue bola!

Deus queira que Vinícius saia logo do trabalho.

Nominais: são frases construídas sem verbo. Exemplos:

Fogo!

Cuidado!

Verbais: são frases construídas com verbo ou locução verbal. Exemplos:

Nossa, como você está lindo!

Corra, que seu ônibus está passando.

Oração

Oração é uma estrutura elaborada em torno de um verbo ou locução verbal e pode ser dividida em oração simples e oração complexa. As orações simples são construídas em torno de apenas um verbo principal. Por exemplo:

Voltei mais cedo do curso.

Já, as orações complexas são formadas de duas ou mais orações, ou seja, mais de um verbo. Por exemplo:

O Negrinho começou a chorar, enquanto os cavalos iam pastando. ” – Simões Lopes Neto

Para não confundirmos frase com oração, precisamos entender que ambas são estruturas semelhantes quando possuem a mesma extensão, quando a frase contém apenas uma oração. É o caso de
"– Que belo serviço você fez, menino!", é uma frase e também, uma oração.

Mas nem toda frase é uma oração. É o caso de "- Belo serviço o seu, menino!", é uma frase, porém não é uma oração.

E, também, a oração pode ser apenas uma parte da frase e, por isso, não ter sentido, não equivaler a uma frase. Sendo assim, nem toda oração é frase. É o caso de "– Quero / que você cuide da sua mochila, menino!", cada oração é só uma parte da frase.

Período

Período é a frase organizada com uma ou várias orações. Por exemplo:

O vento forte arrancava as árvores do parque. – Frase com uma oração = período

O Período pode ser classificado como Simples e Composto:

Período simples

Formado por apenas uma oração. Exemplo:

Daiana seguia seu caminho sem direção. – Uma oração = período simples

A oração que forma o Período Simples é chamada de oração absoluta, já que é única.

Período composto

Formado por duas ou mais orações.

Bebemos uma cerveja, saímos pela rua e nos abraçamos. – Três orações = período composto

O período termina sempre com um ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências ou dois pontos.

Sujeito e predicado

Ainda na estrutura da oração, temos dois termos essenciais da oração: o Sujeito e o Predicado.

Sujeito é o termo que represente o ser sobre o qual se diz algo. Ele é apresentado por substantivo ou equivalente de substantivo. Exemplo:

A pequena Aurora brincava feliz com seu unicórnio.

Existem dois tipos de sujeito: o Sujeito Determinado e o Sujeito Indeterminado.

Sujeito Determinado: quando é possível identificar o termo (palavra ou expressão) que o representa. O Sujeito Determinado pode ser:

- Simples: quando possui apenas um núcleo, ou seja, quando o verbo se refere a um só substantivo, um só pronome, um só numeral, uma só palavra substantivada ou a uma só oração substantiva. Exemplo:

As meninas ficaram na festa até o final.

- Composto: quando possui dois ou mais núcleos, ou seja, que possui mais de um substantivo, mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada. Exemplo:

Meninos e meninas jogaram bola naquela tarde.

- Oculto: quando o sujeito é identificado apenas pela desinência verbal, onde o termo que representa o sujeito está presente na oração, mas não de maneira explícita. Exemplo:

(Nós) Ficamos na festa até tarde.

Sujeito Indeterminado: quando sua existência é evidente, mas não há nenhum termo que o represente. O verbo não se refere a uma pessoa determinada ou por se desconhecer realmente quem executa a ação, ou por não haver interesse, não querer o seu conhecimento. Para o sujeito Indeterminado, temos dois casos:

- Verbo na 3ª pessoa do plural: acontece em casos em que o sujeito não está determinado em orações anteriores e nem pode ser identificado. Exemplo:

Anunciaram que você morreu. “ – Manuel Bandeira

- Verbo na 3ª pessoa do singular, acrescentando o pronome Se:

“Não se falava dele no Ateneu.” – Raul Pompéia

O pronome Se que acompanha o verbo para indeterminar o sujeito, tem o valor de índice de indeterminação do sujeito.

A oração pode, também, não ter o sujeito, chamada de Oração Sem Sujeito. Não podemos confundi-la com sujeito indeterminado, que existe, mas não é possível ou não se deseja identificar, com a inexistência do sujeito.

Na oração sem sujeito, a oração é formada apenas de predicado. Abaixo, os principais casos de inexistência do sujeito:

- Verbos que exprimem fenômeno da natureza:

Choveu muito essa noite.

- Verbo haver no sentido de existir:

Havia poucos argumentos para o debate ser interessante.

- Verbos haver, fazer e ir, indicando tempo decorrido:

Faz muito calor em Ribeirão Preto.

Predicado é o termo que contém o verbo e representa aquilo que se diz do sujeito. Exemplo:

A pequena Aurora brincava feliz com seu unicórnio.

O Predicado pode ser Nominal, Verbal e Verbo-Nominal. Abaixo, vamos entender sobre cada um deles.

Predicado Nominal: formado por um verbo de ligação + predicativo, o Predicado Nominal informa um estado e contém um verbo não significativo cuja função é ligar o sujeito a uma característica dele. Exemplo:

O calor continuou intenso mesmo depois da chuva.

O Predicativo do Sujeito é um termo que fica no predicado, funcionando com seu núcleo. Exemplo:

As atitudes de alguns meninos da sala são maldosas.

- Verbos Intransitivos: quando a ação está contida no próprio verbo, o verbo sozinho é suficiente para representar a noção predicativa. A ação não vai além do verbo. Exemplo:

Os soldados retornaram.

- Verbos Transitivos: quando as formas verbais precisam de uma palavra para completar o significado. Exemplo:

Valentina precisa de água.

A classificação dos Verbos Transitivos se dá conforme a relação que se estabelece entre o verbo e seu objeto. A partir dessa relação, temos os tipos de verbos transitivos abaixo:

- Verbo Transitivo Direto: é quando a relação entre o verbo e seu complemento é direta, o verbo não precisa do auxílio da preposição e o termo da oração que integra o sentido recebe o nome de Objeto Direto. Exemplo:

Daniel não tem dinheiro.

- Verbo Transitivo Indireto: é quando a relação entre o verbo e seu complemento não é direta, o verbo pede preposição e o termo da oração que completa o sentido do verbo recebe o nome de Objeto Indireto. Exemplo:

Jaqueline necessita de tempo para pensar.

- Verbo Transitivo Direto e Indireto: é quando acontece as duas relações, direta e indireta, possuindo os dois complementos, objeto direto e objeto indireto, ou seja, os verbos precisam, simultaneamente, do objeto direto e do objeto indireto para fazer sentido. Exemplo:

Douglas recebeu elogios da família.

Referência Bibliográfica:

CUNHA, Celso. Gramática do Português Contemporâneo. Belo Horizonte: Bernardo Álvares S. A., 6a ed.1976. 509p.

LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 27 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. 506p.

PASCHOALIN, Maria Aparecida. Gramática: teoria e atividades. 1. Ed. São Paulo: FTD, 2014. 512p.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!