Este gênero literário foi produzido pelos jesuítas e, justamente por esse caráter religioso, era direcionado especialmente para o trabalho de evangelização da Companhia de Jesus, à qual estes religiosos se filiavam. A pretexto de converter os nativos ao Cristianismo e, futuramente, como militantes da Contra-Reforma, os sacerdotes desembarcaram sem demora no Brasil-Colônia. Eles atuaram não apenas no processo de modificação da cultura dos índios brasileiros, mas igualmente no campo da criação literária. Assim, os jesuítas elaboraram poemas de natureza espiritual, sem a presença de elementos da esfera racional e constituídos por uma linguagem singela, compreensível e inocente. A ação missionária desses padres foi concretizada também por meio de obras teatrais, as quais apresentavam da mesma forma um caráter evangelizador e educativo. A dramaturgia dos jesuítas era produzida na métrica antiga, misturando preceitos do catolicismo com ingredientes do universo cultural indígena. A intenção era transmitir os dogmas católicos gradualmente, para que fossem absorvidos aos poucos pelos nativos. Destaca-se neste estilo literário o Padre José de Anchieta. No quesito estético a literatura de catequese se destaca no movimento conhecido como Quinhentismo Brasileiro.
Autores e Obras da Literatura de Catequese
- José de Anchieta: Os Feitos de Mem de Sá; Arte de Gramática da Língua mais Usada na Costa do Brasil; Poema à Virgem; A Cartilha dos Nativos (Gramática Tupi-Guarani); Carta da Companhia.
- Manuel da Nóbrega: Diálogo Sobre a Conversão do Gentio; Caso de Consciência Sobre a Liberdade dos Índios; Informação das Coisas da Terra e Necessidade que há para Bem Proceder Nela; Tratado Contra a Antropofagia.
- Fernão Cardim: Do Clima e da Terra do Brasil e de Algumas Coisas Notáveis que se Acham Assim na Terra como no Mar; Do Princípio e Origem dos Índios do Brasil e de Seus Costumes, Adoração e Cerimônias; Narrativa Epistolar de Uma Viagem e Missão Jesuítica;