É considerada bestseller a obra que conquista entre seus leitores uma alta popularidade, um sucesso instantâneo, tornando-se assim a publicação mais vendida em determinado período de tempo. Esta modalidade de livros é denominada ‘literatura de massa’, em relação ao consumo de seus exemplares.
Esta expressão provém do idioma inglês, significando ‘o mais vendável’, em referência ao excessivo número de obras comercializadas, as quais se destacam, assim, entre as do mesmo estilo. Hoje é comum encontrar-se em vários veículos da mídia impressa as famosas listas de bestsellers mais vendidos em um país.
O autor que tem como meta criar um bestseller deve seguir algumas pequenas regras. Não é suficiente apenas narrar um enredo visando atingir as emoções do leitor ou transmitir-lhe conhecimentos. É necessário oferecer-lhe uma trama que mescle o discurso, ou seja, o conjunto de palavras que compõe um texto, e fatos históricos, artifícios psicológicos e discussões metafísicas, gerando um universo fictício, ainda que salpicado de pitadas do mundo real. Todo esse esforço deve ter como objetivo produzir uma fábula ou a realidade narrativa.
O enredo do bestseller deve obedecer igualmente ao arcabouço convencional que rege a criação de todas as histórias. Ele necessita, portanto, submeter-se à inevitável presença da tensão, do clímax, que representa o auge da narrativa, ao desfecho e à catarse, que produz no leitor a tão desejada depuração emocional. Assim é possível despertar suas emoções mais recônditas e também o interesse da massa.
Pode-se dizer que, historicamente, os bestsellers remontam à época da criação da imprensa. Virgílio, um escritor clássico, vendeu 385 exemplares de sua obra no século XVI, o que atualmente pode ser situado em torno de 300.000 edições comercializadas. O hábito de produzir listas dos livros mais vendidos teve início em 1895, com a iniciativa pioneira da revista literária The Bookman, dos EUA.
Este costume contagiou todo o país, sendo imitado por veículos como o Publishers Weekly e o The New York Times. Na Europa se destaca a lista criada pelo The Sunday Times, da qual se vale boa parte do universo literário mundial. Estas célebres listagens de bestsellers só excluem as reedições de clássicos ou da Bíblia, bem como os livros editados por clubes comerciais e aqueles que são permanentemente comercializados – compilações de clássicos e adaptações infanto-juvenis.
A princípio este termo valia para classificar os livros de ficção mais comercializados nos Estados Unidos, mas logo se estendeu por todo o âmbito editorial. Fora a Bíblia, considerado o maior bestseller da história, contando em seu currículo com mais de mil traduções, a Imitatio Christi, de 1473, foi o primeiro bestseller impresso a conhecer o sucesso de vendas e atualmente já atingiu o patamar de mais de 3000 exemplares vendidos.
Estes sucessos editoriais são rotulados não apenas pelo alto grau de vendas, mas também por fatores como o entretenimento, a apresentação de um universo utópico, sempre acompanhado de um final feliz, e o êxito alcançado junto ao leitor. Também contam o volume de adaptações – para TV, teatro ou cinema -, de traduções em outras línguas, a quantidade de exemplares publicados e revistos e, com certeza, sua repercussão na mídia. Este é um circuito vicioso pois a obra, ao se transformar em um bestseller, vende ainda mais.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bestseller
https://web.archive.org/web/20090302170140/http://www2.fcsh.unl.pt:80/edtl/verbetes/B/best_seller.htm