Cibernarrativa

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Uma narrativa construída no ciberespaço não pode se desdobrar de forma convencional. Este estilo inovador de narrar histórias, que recorre aos mais variados recursos tecnológicos, tecendo assim na rede um mosaico literário completamente original, compõe o que hoje se conhece como Cibernarrativa.

Os novos meios de comunicação, gerados pela cultura contemporânea, exigem renovados conceitos e distintas linguagens que se adaptem a mídias como a Internet, jogos virtuais, cinema interativo, vídeo e TV interativos, entre outros.

A hipermídia é justamente este manancial de recursos alternativos, os quais se ajustam perfeitamente às obras criadas no ciberespaço, pois estas deixam de lado as ferramentas lineares e as expressões linguísticas menos profundas. Desta forma é possível aumentar o potencial da arte de narrar histórias, seja na arquitetura desta linguagem, ou na tessitura de seu grau de realidade.

Estas inúmeras possibilidades da Cibernarrativa incluem a conexão entre os internautas, para quem as múltiplas mensagens são direcionadas. Eles adquirem o poder de intervir no debate sobre a edificação da obra e na construção de seu significado mais profundo, oferecendo assim à criação do texto virtual uma cooperação sem dúvida imprescindível.

Para que esse novo conceito narrativo não fique muito abstrato, é possível encontrar nas artes cênicas um grau analógico que permite compreender melhor o que é uma forma de expressão hipermidiática. A representação teatral abriga em si a manifestação dos sentimentos mais íntimos, através de gestos, palavras e jogos fisionômicos, além de reproduzir o contexto interativo passível de ser encontrado nas Cibernarrativas.

Estas narrativas virtuais surgem, assim, das relações tecidas entre o teatro e a cibernética – disciplina que investiga os processos comunicacionais e os mecanismos de controle referentes às máquinas e aos seres vivos. Desta forma é possível compor no ciberespaço as mais variadas espécies de Cibernarrativas.

Elementos próprios da narrativa, como os mecanismos de leitura, o hipertexto – texto que direciona o leitor para outro documento ou localidade da Internet -, e o mergulho na obra, são transformados de modo a se adaptarem aos novos meios de comunicação, ganhando assim um renovado potencial.

As cibernarrativas possibilitam a exploração de múltiplas perspectivas no ciberespaço, a adoção dos hipertextos e as leituras multilineares de uma narrativa. O leitor é convidado a interagir com esta criação lúdica, podendo assim escolher as trilhas que explorará na construção da trama virtual, muitas vezes desviando-se do caminho original.

Desta forma a experiência vivenciada pelo leitor na narrativa convencional, em sua construção do sentido do texto, é infinitamente ampliada no ciberespaço. Aí o internauta pode navegar nas mais diferentes arquiteturas de significados, enriquecendo incessantemente a cibernarrativa.

Fontes:
http://blogdojay.blogspot.com/2006/08/cibernarrativa.html
http://www.fca.pucminas.br/saogabriel/emredes/textos/Gabriela/configurações das cibernarrativas 280507.doc [DOC]
[PDF]

Arquivado em: Informática, Literatura
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