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É o único livro do poeta publicado em vida, no ano anterior à sua morte, 1934. Nele o leitor encontra 44 poesias, sendo Mar Português a mais célebre. Esta obra é conhecida como "livro pequeno de poemas". Sua publicação mereceu a conquista do Prémio Antero de Quental como melhor poema ou poesia solta. Aqui Pessoa discorre sobre a história pretérita de Portugal, repleta de eventos gloriosos. O autor procura achar um significado para o ancestral esplendor e o posterior declínio experimentado na ocasião em que ele criou este livro. O principal foco são as descobertas dos portugueses na era áurea da navegação.
Livro do Desassossego – Bernardo Soares
Esta obra traz originalmente inúmeros fragmentos, mas o autor selecionou apenas doze deles para publicação. Seu narrador mais importante é Bernardo Soares, um semi-heterônimo. O livro alterna entre vários tópicos. Ele segue a mesma onda de mudanças que acompanha a esfera emocional do poeta, seus amores, valores morais e saberes. Assim sendo, não há um desenvolvimento seqüencial nele. Suas diversas partes e passagens se vinculam de uma forma mais ou menos ampla. Mas, de todas as produções literárias de Pessoa, essa é a que chega mais perto do romance. Esta leitura é essencial para se avaliar a grande contribuição do poeta para a produção da concepção atual de indivíduo.
O Guardador de Rebanhos – Alberto Caeiro
Este livro assinala a criação do heterônimo Alberto Caeiro. Esta identidade do autor é muito singela, não estudou, passou boa parte de sua existência vivendo no universo rural. Nesta obra o poeta privilegia o sentimento em detrimento da racionalidade. Ele transmite uma crença panteísta, a qual defende que o sagrado não está presente em uma única divindade, e sim em cada elemento natural. As estrofes têm uma característica única, elas podem ser compreendidas como poemas independentes e, assim, integram uma determinada ordem. Se esta sequência for seguida, o leitor terá a visão de um dia na existência de um guardador de rebanhos.
Cancioneiro – Ricardo Reis
Este livro apresenta poesia de natureza lírica. Os versos compõem rimas e são rigorosamente metrificados, traduzindo uma inspiração da escola simbolista. O título tem uma importância estrita; nele se oculta a compreensão geral desta obra. Em Portugal e na Espanha esta é a denominação conferida ao grupo de poemas líricos da Idade Média. Assim, além de tecer um tributo ao hábito lusitano de conservar as produções literárias ancestrais, o título se refere igualmente às canções da era medieval. Esses poemas podem ser considerados como autênticas letras musicais. Neste livro está presente uma das poesias mais conhecidas de Fernando Pessoa, ‘Autopsicografia’, uma reflexão sobre a criação poética.