Épico de Sundiata

Por Emerson Santiago
Categorias: Literatura
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

É chamado de Épico de Sundiata o poema épico originário entre o povo mandingo da África Ocidental, e que trata da história de Sundiata Keita, o fundador e primeiro governante do Império Mali. Durante séculos esta saga foi transmitida oralmente a partir de uma longa linhagem de historiadores orais, ou griots, personagens que são um misto de músico, historiador e informante, encarregados em várias sociedades africanas de manter as memórias do passado vivo. Como tratava-se de um tradição oral, o épico esteve ao alcance apenas daquele que dominava a língua nativa do griot que narrasse a história, que poderia ser uma das línguas de Mali, Gãmbia, Senegal e Guiné, locais onde o épico tem importância por estar relacionado com a própria formação histórica dos respectivos países.

A primeira edição em livro de destaque do Épico de Sundiata surge em 1960 pelas mãos do historiador Djibril Tamsir Niane que transcreveu a narrativa da obra feita pelo griot Mamoudou Kouyate e produziu uma tradução francesa em 1960; outra edição de destaque é de 1965, com tradução para o inglês por G. Pickett. O autor deste artigo desconhece alguma tradução para o português desta obra. A história se inicia com a visita do espírito de um caçador ao rei Naré Maghann Konaté, que o informa se caso ele casasse com uma mulher feia, ela lhe daria um filho que viria a ser um poderoso rei.

Apesar de Konaté já ser casado e ter um filho, caçadores do reino de apresentam-lhe Sogolon, uma mulher feia e corcunda. Recordando-se da visita do caçador, o rei a tomou como esposa, e em breve esta lhe deu um filho, Sundiata Keita, que durante toda sua infância teve dificuldades em andar, mas que recebeu educação exemplar do rei.

Quando o rei morre, seu filho mais velho, Dankaran Toumani Keita assume o trono, contra a vontade do rei, que queria que Sundiata cumprisse a profecia. Ao contrário, tanto o novo rei como sua mãe passaram a humilhar Sundiata e sua mãe Sogolon, que já havia dado à luz a mais duas filhas e adotado outro. As diferenças acabam por levar Sundiata, sua mãe e irmãs ao exílio no reino de Mema.

Enquanto isso, Soumaoro Kanté, rei do povo Sosso, inicia uma expansão, que chega até o reino de Toumani Keita, que é derrotado e obrigado a fugir. Sundiata é chamado a intervir, e consegue, após formar uma coalizão de pequenos reinos, derrotar Soumaoro Kanté, reorganizar o Império Mali, sendo coroado "Mansa" (rei dos reis) e proclamando a Kourokan Fouga, a constituição do Império Mali, que continuaria a ser um importante estado na África Ocidental até por volta de 1645.

Bibliografia:
Sundiata (em inglês). Disponível em <http://www.enotes.com/sundiata>. Acesso em: 03 abr. 2012.

FELMAUSA Public Affairs Committee. Our Own Story: The Story Of Sundiata Keita - The Lion KingThe Epic of Sundjata (em inglês). Disponível em <http://www.felmausa.org/felmausa93.htm>. Acesso em: 03 abr. 2012.

The Epic of Sundjata (em inglês). Disponível em <http://web.cocc.edu/cagatucci/classes/hum211/CoursePack/coursepackpast/sundjata.htm#Summary>. Acesso em: 03 abr. 2012.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!