Escritores do Classicismo

Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura (Mackenzie, 2016)
Licenciada em Letras Português-Inglês (FMU, 2012)

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Conhecido como Escola Artística do Renascimento, o Classicismo iniciou na Itália no século XVI, depois espalhou-se por toda a Europa, marcando o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Esse período passou por grandes acontecimentos. Houve a decadência do sistema feudal, pois o sistema adotado de comércio deixou de ser útil. Há a ascensão da monarquia absolutista, em que o rei era a voz predominante com poder total nas mãos. O surgimento do mercantilismo, que é a união da burguesia com a coroa: o poder do rei une-se ao poder da burguesia, que era uma nova sociedade que estava surgindo. O objetivo dessa união é para expandir o novo comércio. Esse comércio era expandido não só na região local, mas também para outras regiões. Os produtos feitos nesse território eram vendidos em outras cidades, bem como trocados nessas regiões, visando o aumento de lucro.

Além disso, as grandes navegações saiam de suas terras, viajando em alto mar para conquistar novas terras, visando a lucratividade para a terra de origem. Os cortesões eram nobres sustentados pela coroa, com a submissão ao rei. Surge a Reforma Protestante que ocorreu em 1517, através de Martin Lutero, que era um membro do clero que questionou os dogmas da Igreja, que juntamente com a Reforma Protestante e as teorias teocentristas, surge o Renascimento.

O Renascimento vem para retomar com a cultura greco-latina, que eram os deuses pagãos. Também vem a ciência moderna. A partir de então sai a visão de ser Deus o centro de todas as coisas e o homem passa a predominar sobre aquelas ideias.

Em contrapartida ao Renascimento, começam a fazer um confronto com a filosofia Escolástica. Essa filosofia permitia que a bíblia fosse estudada dentro dos parâmetros estipulados pela Igreja Católica, já o Renascimento vem juntamente com a Reforma Protestante, questionar as filosofias empregadas pela Igreja, marcando o período e a literatura.

Principais autores e obras do Classicismo

Luís Vaz de Camões (1524-1580)

Foi um poeta português, considerado por muitos uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental. A sua literatura envolvia poesias tanto líricas quanto épicas, além de peças teatrais. Foi responsável por obras muito conhecidas, tais como: “Os Lusíadas”, que é considerada uma obra-prima.

Essa obra é uma poesia épica, concluída em 1556, mas publicada em 1572 no período literário do Classicismo. Possui dez cantos, 1.102 estrofes e 8.816 versos que são oitavas de decassílabas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC, oitava rima camoniana.

A obra conta a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, que vai descrevendo outros acontecimentos da história de Portugal, glorificando o povo português.

As armas e os barões assinalados A

Que, da ocidental praia lusitana, B

Por mares nunca de antes navegados A

Passaram ainda além da Taprobana, B

Em perigos e guerras esforçados, A

Mais do que prometia a força humana, B

E entre gente remota edificaram C

Novo reino, que tanto sublimaram. C

— “Os Lusíadas”, Canto I, estrofe 1

Sá de Miranda (1481-1558)

Foi um poeta português, introdutor do soneto e do Dolce Stil Nuovo na nossa língua, considerado o escritor mais lido depois de Camões.

Em suas obras, denuncia os vícios da sociedade, principalmente da Corte, o abandono dos campos e a preocupação exagerada do luxo. Além de propor a vida sadia em contato com a natureza, a simplicidade e a felicidade dos lavradores.

A linguagem utilizada em suas obras é sóbria, densa, forte, elíptica, trabalhada, hermética, difícil de entender e por vezes dura.

Foi responsável por diversas poesias, por escrever a obra “Cleópatra”, as comédias “Estrangeiros e Vilhalpandos”, e por algumas “Cartas” em verso, sendo algumas dirigidas ao rei D. João III, de quem o autor era amigo.

Bernardim Riveiro (1482-1552)

Foi um escritor e poeta português renascentista. Sua principal obra é a novela “Saudades”, mais conhecida como “Menina e Moça”.

“Menina e moça me levaram de casa de minha mãe para muito longe. Que causa fosse então a daquela minha levada, era ainda pequena, não a soube. Agora não lhe ponho outra, senão que parece que já então havia de ser o que depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto foi necessário para não poder viver em outra parte. Muito contente fui em aquela terra, mas, coitada de mim, que em breve espaço se mudou tudo aquilo que em longo tempo se buscou e para longo tempo se buscava. Grande desaventura foi a que me fez ser triste ou, per aventura, a que me fez ser leda. Depois que eu vi tantas cousas trocadas por outras, e o prazer feito mágoa maior, a tanta tristeza cheguei que mais me pesava do bem que tive, que do mal que tinha”.

Início de “Menina e Moça”

Antônio Ferreira (1528-1569)

Foi um escritor e humanista português. Ele foi considerado um dos maiores poetas do classicismo renascentista português, conhecido como “o Horácio português”.

Destacou-se na elegia, na epístola, nas odes e no teatro. A sua principal obra é a tragédia “A Castro” ou “Tragédia de Inês de Castro”, uma inspiração clássica feita em cinco atos.

Tem como tema os amores do príncipe Dom Pedro de Portugal pela nobre Inês de Castro, e o assassinato dessa moça em 1355.

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