O neo-realismo foi um movimento artístico vigente no século XX. Era marcado por um ideal nitidamente esquerdista, filiado à doutrina de Marx, e se manifestou em diversas modalidades, como a literatura, as artes plásticas e a música, porém conquistou sua maior expressão no Cinema, especialmente no realismo poético francês e no neo-realismo italiano. No Brasil ele recuperou elementos realistas e naturalistas, inspirando-se em práticas modernistas, marxistas e na psicanálise de Freud. Esta literatura preserva o determinismo social e psíquico do naturalismo e também a comparação entre o ser humano e o animal, bem como o olhar objetivo e imparcial. Seus autores são acima de tudo militantes políticos e assumem posturas definidas no confronto de classes, delatando as desigualdades e as arbitrariedades da nata da sociedade. Em nosso país o tema principal é a condição delicada do povo nordestino, enfocada inicialmente por José Américo de Almeida na obra A Bagaceira, de 1928.
Autores e Obras do Neo-Realismo
- Rachel de Queiroz: O Quinze; As Três Marias; Memorial de Maria Moura; A Donzela e a Moura Torta.
- José Lins do Rego: Menino de Engenho; Doidinho; Bangüê; Pedra Bonita; Riacho Doce; Fogo Morto.
- Graciliano Ramos: Caetés; São Bernardo; Angústia; Vidas Secas; A Terra dos Meninos Pelados; Infância; Memórias do Cárcere.
- Érico Veríssimo: Música ao Longe; Um Lugar ao Sol; Olhai os Lírios do Campo; O Tempo e o Vento; Incidente em Antares; O Arquipélago.
- José Américo de Almeida: Reflexões de uma Cabra; A Bagaceira; A palavra e o tempo; Quarto minguante; Antes que me Esqueça; A Maldição da Fábrica.
- Jorge Amado: Cacau; Mar Morto; Capitães da Areia; Jubiabá; Os Subterrâneos da Liberdade; Gabriela, Cravo e Canela; Dona Flor e seus Dois Maridos; Tenda dos Milagres; O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.