O quinhentismo pertence ao primeiro período de fase literária produzida no Brasil, na época de seu descobrimento pelos portugueses, durante o século XVI.
As manifestações literárias produzidas, nessa época, são consideradas crônicas históricas, pois descrevem as características do território brasileiro. Também refletem a visão de mundo e a linguagem dos portugueses. O tema central dessas obras é a conquista material e a conquista espiritual.
Nelas, através de seus viajantes e missionários, há relatos sobre a natureza, os animais, frutos e sobre os primeiros habitantes do Brasil: os índios. Enquadram-se à literatura informativa, pois os fatos são relatados em forma de descrição e com pouco valor literário. Foram produzidas com o objetivo de fornecer informações ao rei D. Manuel I, com excesso de adjetivos, empregados no superlativo. Os relatos escritos pelos autores exaltam o Brasil, com tom de deslumbramento e encantamento.
Há também a produção da literatura jesuítica, obras que retratam a fé cristã com o objetivo de converter os índios.
Dentre os autores e obras da época, destacam-se:
Pero Vaz de Caminha (1450–1500). Foi um fidalgo português, escrivão e vereador na cidade portuguesa do Porto. Ficou conhecido como autor da “Carta de Pero Vaz de Caminha”, ao rei D. Manuel I. Essa carta é considerada o primeiro documento escrito sobre o Brasil, que relata a descoberta das terras brasileiras. Ficou conhecida como sendo o marco inicial da literatura de Informação do Brasil.
Pero de Magalhães Gandavo (1540–1580). Foi professor, historiador, cronista e secretário na Torre do Tombo. Escreveu “História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil” (1576). É um livro que reúne os dois textos “Tratado da Província do Brasil” e “Tratado da Terra do Brasil“. Essa obra fala sobre as riquezas naturais que o país possui, além da descoberta do Brasil, as tribos indígenas e as embarcações espalhadas pelo continente do país.
Gabriel Soares de Sousa (1540-1591). Foi um agricultor, empresário português, e um estudioso e historiador do Brasil. Escreveu, além de outras obras, o “Tratado Descritivo do Brasil” (1587), que relata sobre a natureza, os animais, além dos costumes naturais do país.
Pe. Manuel de Nóbrega (1517-1570). Foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América. É uma figura de grande importância da colonização e da catequese dos índios. As suas obras são consideradas documentos históricos sobre o Brasil colônia e a ação jesuítica no século XVI. Escreveu diversas obras, entre elas estão as “Cartas do Brasil” (1886) e um “Diálogo sobre a Conversão dos Gentios” (1557).
Padre José de Anchieta ou São José de Anchieta (1534-1597), foi um padre jesuíta espanhol, santo da Igreja Católica e um dos fundadores da cidade de São Paulo. Ele foi beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco. É conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos responsáveis por introduzir o cristianismo no Brasil. Foi ainda o primeiro dramaturgo, gramático e poeta. Também é considerado o autor da primeira gramática da língua tupi, e um dos primeiros autores da literatura brasileira. Escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e “Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil” (1595).