A Literatura de Informação, conhecida também como Quinhentismo, é um estilo literário que abrange as manifestações literárias feitas no Brasil durante o seu descobrimento. O nome Quinhentismo advém dessa época, os anos de 1500.
É importante ter em mente que, nesse período, teve vigência um movimento que tinha suas ideias muito relacionadas ao Renascimento, que acontecia na mesma época na Europa.
O estilo literário em vigência na época denotava a visão das ambições e intenções do homem europeu mercantilista, que buscava novas terras e riquezas. Essas manifestações tinham como principal característica descrever os textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários da época.
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Literatura Informativa
Também chamada de Literatura dos Viajantes, a Literatura Informativa consiste em documentos e cartas que contavam sobre a “terra nova”, suas florestas e faunas, características de seus habitantes e costumes sociais, que nesse caso eram bem diferentes dos europeus.
Acaba então sendo postulada como uma literatura sem muito valor literário, meramente descritiva. Como o contexto resultava do assombro europeu diante do exotismo e da exuberância de um universo tropical, seu fundamento principal era a exaltação da terra, e sua linguagem abusava dos adjetivos.
A carta de Pero Vaz de Caminha
Muito conhecida, a carta do escrivão Pero Vaz de Caminha (1450-1500) sobre o achamento do Brasil é um ótimo exemplo. No texto, ele utiliza palavras formais, bem complexas, ufanistas, sempre exagerando nas qualidades.
Veja alguns exemplos descritos na carta e seus significados:
- capitão-mor: trata-se de Pedro Álvares Cabral.
- conta: relato.
- oitavas de Páscoa: semana que vai desde o domingo de Páscoa até o domingo seguinte.
- horas de véspera: final da tarde.
- chã: plana.
- cousa: coisa.
- vergonhas: órgãos sexuais.
- çarradinhas: alguns historiadores consideram "saradinhas", isto é, sem doenças, e outros consideram "cerradinhas", isto é, densas.
- tinta: tingida.
- alcatifa: tapete, que cobre ou se estende.
- Entre-Douro-e-Minho: antiga província de Portugal.
Nos dias atuais, o leitor entende esse tipo de leitura como uma descrição literal dos tempos antigos, de descobrimento do Brasil. O encanto da narrativa satisfaz a curiosidade, demonstrando cada detalhe e passo tomado anteriormente.
Está claro que a intenção principal era deixar o que conhecemos como “terreno fértil”. Caminha queria demonstrar para o leitor que havia sim a possibilidade de enriquecimento com aquela terra, mesmo que em algum momento essa não fosse a total verdade.
A carta de Caminha foi inédita por quase 300 anos, até ser publicada em 1817, onde auxiliou no esclarecimento de várias questões sobre o descobrimento. Confira um trecho da carta:
"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!".
3. Principais documentos que compõem a nossa Literatura Informativa
Certos documentos são importantes para o entendimento da composição e presença desse estilo de literatura. Alguns deles são:
- Carta do descobrimento (Pero Vaz de Caminha): foi escrita no ano de 1500 e publicada pela primeira vez em 1817;
- 4.2 Tratado da terra do Brasil (Pero de Magalhães Gândavo): foi escrito por volta de 1570 e impresso pela primeira vez em 1826;
- História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil (Pero de Magalhães Gândavo): foi editado em 1576;
- Diálogo sobre a conversão dos gentios (Padre Manuel da Nóbrega): foi escrito em 1557 e impresso em 1880;
- Tratado descritivo do Brasil (Gabriel Soares de Sousa): escrito em 1587 e impresso por volta de 1839