Recebeu o nome de Movimento Beat ou ainda Geração Beat o grupo de jovens intelectuais americanos, (escritores, poetas, dramaturgos e boêmios em geral) que entre meados das décadas de 40 e 50 do século XX, cansados da monotonia da vida ordenada e da idolatria à vida suburbana na América do pós-guerra, resolveram, em meio à inspiração de ambientes permeados pelo jazz, drogas, sexo livre e o conceito de "pé na estrada", (ou seja, a exploração física do território americano) fazer sua própria revolução cultural através da literatura.
O nome que identificava o novo e controverso movimento literário, de acordo com críticos e estudiosos, fazia referência à influência direta do jazz, a principal fonte de gírias e novos termos que alimentavam o mundo da contracultura à época. A partir desta influência, cunhou-se o termo beatnik, que unia a expressão "beat" (batida ou ritmo, em inglês) somada ao sufixo "nik", uma referência ao pioneiro satélite soviético Sputnik, lançado em 1957. De tal combinação surgiu "beatnik", palavra que passou a identificar todo o escritor com as características descritas, de vida independente e arrojada, ocupado em conceber uma literatura com uma linguagem inteiramente nova.
Os beatniks tinham como meta constituir uma literatura que estivesse mais perto da realidade, uma poesia mais urbana e um estilo de escrever exclusivo, diferente de qualquer outro já criado.
Os principais autores deste estilo iconoclasta foram Allen Ginsberg – O uivo (Howl, 1956) e Kaddish (1960); Jack Kerouac com Pé na estrada (On the Road, 1957); William Burroughs – Junkie ("viciado", em português - 1953) e Almoço Nu (The Naked Lunch, 1959); Gregory Corso – "Marriege" (1960) e Gary Snyder – Riprap (1959).
Considera-se como marco inicial do movimento um recital gratuito ocorrido na Six Gallery, localizada próximo aos guetos da cidade de San Francisco. Entre o público presente haviam negros, latinos e imigrantes, e os poemas eram de cunho político e contestador com relação aos acontecimentos da época (EUA no pós-guerra, em plena paranoia com relação à perseguição a comunistas). O evento inicial contribuiu para que sessões similares se sucedessem.
O contexto político e social nos EUA da época da Guerra Fria, no entanto, era bastante repressor e conservador, um obstáculo bastante difícil para o movimento e seus autores. A censura passou a perseguir e proibir diversas obras, que eram taxadas de subversivas, e levadas às cortes para que se processassem seus autores (caso de Naked Lunch, de William Burroughs). Os processos eram divulgados pela imprensa, que, indiretamente ajudava o novo movimento literário a adquirir popularidade e se tornar conhecido em meio ao público médio norte-americano, mesmo que, na prática, poucos tivessem o pleno conhecimento e entendimento da verdadeira intenção por trás das obras de Kerouac e compania. Hoje, tais livros são bastante celebrados e considerados ícones em meio à cultura popular norte-americana, além de fazer de seus principais autores escritores de alta respeitabilidade.
Bibliografia:
Geração Beat. Disponível em <http://educaterra.terra.com.br/literatura/litcont/2003/09/02/000.htm>. Acesso em: 01 out. 2011.
SMERTH, June. O movimento beat e sua originalidade. Disponível em <http://junesmerth.wordpress.com/tag/movimento-beat/>. Acesso em: 01 out. 2011.