Durante o século XVI, os portugueses enviaram expedições marítimas com o objetivo de enriquecer, ter contato com outras culturas e fazer descobertas. Também tinham como objetivo expandir o cristianismo.
Em uma dessas viagens, os portugueses descobriram o Brasil. O fato ocorreu em 1500, quando eles desembarcaram em terras brasileiras com suas grandes navegações. Encontraram riquezas e belezas, e ficaram encantados e espantados com tudo o que descobriram e encontraram. As informações foram escritas por viajantes e missionários, que descreviam a natureza e os primeiros habitantes do Brasil: os índios.
Esse período ficou conhecido como quinhentismo, marcado por manifestações literárias que foram produzidas sobre o Brasil. Essas manifestações são consideradas como crônicas históricas, uma vez que descrevem as características do território que acabou de ser descoberto. Refletem a visão de mundo e a linguagem dos colonizadores. Tem como tema central a conquista material e a conquista espiritual.
Essas obras enquadram-se na literatura informativa, produzida em forma de descrição e com pouco valor literário. Esses textos falam sobre o Brasil, e tem como intuito transmitir ao europeu informações da terra e das pessoas que habitavam o local, utilizando de tom de deslumbramento. A literatura informativa conta com relatos exaltando a terra exótica e exuberante. É marcada pelos adjetivos, que são quase sempre empregados no superlativo.
Também foi produzida a literatura jesuítica, que reúne textos dos jesuítas envolvidos com a catequese. As obras exaltam a fé cristã, visando à conversão dos índios.
A literatura brasileira iniciou-se em 1500 com a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Essa carta ficou conhecida como o marco inicial da literatura de Informação no Brasil. Ela foi enviada a D. Manuel I, comunicando a descoberta das terras brasileiras, a conquista dos bens materiais e a propagação da fé cristã, como demonstram os seguintes trechos:
“Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares [...] Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar”. (Carta a El Rei D. Manuel).
Além de Pero Vaz de Caminha, os jesuítas também produziram uma literatura repleta de informação. São crônicas dos viajantes, com caráter pedagógico e moralizante.
Os escritores que merecem destaque são: Manuel da Nóbrega, com o “Diálogo sobre a Conversão do Gentio”, Fernão Cardim, com seu “Tratado da Terra e da Gente do Brasil”, e principalmente, José de Anchieta, com suas poesias e autos.
Bibliografia:
Módulo do ensino integrado: língua portuguesa. São Paulo: DCL, 2002. p. 115-117.
https://pt.wikisource.org/wiki/Carta_a_El_Rei_D._Manuel_(ortografia_atualizada)