Suzana Flag (pseudônimo de Nelson Rodrigues)

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Suzana Flag é um pseudônimo utilizado por Nelson Rodrigues, importante jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. O autor, após conseguir reconhecimento com a peça Vestido de Noiva, de 1943, recebeu um convite para fazer parte da equipe de jornalistas dos Diários Associados, grupo comandado por Assis Chateubriand, um dos homens públicos com maior influência do país naquela época.

Nelson Rodrigues começa a produzir crônicas e textos para uma publicação chamada O Jornal. Assim, utiliza o pseudônimo Suzana Flag, com o qual assina a coluna “Meu destino é pecar”. A história, publicada em formato de folhetim, era sobre uma mulher, Leninha, que se casou obrigada com Paulo devido as dividas da família. Após o casamento, os dois vão morar na fazenda de Paulo. Porém, a mulher não se conforma com a situação e planeja uma fuga. Sem sucesso, acaba sendo presa dentro de casa. Leninha ainda inicia uma paixão pelo irmão do marido, Maurício, um personagem misterioso.

A coluna diária “Meu destino é pecar” triplicou a tiragem de O Jornal, o que demonstrava a grande aceitação das obras de Suzana Flag. Como cronista, Nelson ainda manteve um espaço no jornal Última Hora de título “A vida como ela é”, assinando com seu nome verdadeiro. Desta vez, os temas abordados pelo escritor eram incesto, traição, adultérios, morte e perversões da psique humana.

Na época que Nelson era cronista do O Jornal, o pseudônimo Suzana Flag começa a ganhar muito espaço. Na época, “Meu destino é pecar” fez um grande sucesso sem fugir do estilo rodrigueano, mas absolutamente ninguém sabia que se tratava de Nelson Rodrigues, apenas alguns funcionários de seu setor no jornal. A utilização do pseudônimo ocorreu por dois motivos: 1. Nelson não queria assinar a coluna.2. A equipe editorial da publicação queria que o folhetim tivesse a assinatura de um autor estrangeiro, o que seria uma forma de chamar a atenção do público.

O imenso sucesso das colunas de Suzana Flag acabou tornando a “autora” um mito. Após algum tempo, todos os periódicos do grupo Diários Associados publicavam suas histórias. A fama de Flag chegou até mesmo à cadeia, onde um presidiário escreveu-lhe uma carta apaixonada no intuito de conhecer a escritora.  De bate pronto, Nelson Rodrigues enviou-lhe uma carta-resposta explicando que Flag era casada.

As colunas escritas por Suzana Flag originaram sete livros: "Meu destino é pecar", "Escravas do amor", "Minha vida", "Núpcias de fogo", "O homem proibido" e "A mentira". Todos foram lançados na década de 40 e início dos anos 50. Nelson Rodrigues ainda tinha outro pseudônimo feminino, Mirna.

Fontes:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-21012009-155901/pt-br.php
http://www.releituras.com/nelsonr_bio.aspRODRIGUES, Nelson. A Mentira. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Arquivado em: Literatura
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