O Contrato Social é um livro lançado em 1762, em grande medida considerado como a maior obra do escritor e filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau. Uma das obras mais representativas do período cultural conhecido como Iluminismo, O Contrato Social é um grande ensaio sobre a relação entre o Estado político, os direitos civis e a vida social.
O livro em si é dividido em quatro partes: a primeira discorre sobre o estado primitivo do homem e a lenta evolução da sociedade que conduziu até um pacto social em torno do domínio do soberano. Já a segunda parte continua a discussão sobre a formação da sociedade, aprofundando-se nos limites do poder do soberano. A terceira parte, por sua vez, aborda as diversas formas de governo, assim como os perigos dos abusos e da tendência da degeneração. Por fim, a quarta parte conclui a obra com considerações mais gerais a respeito de eleições, ditaduras, censura e religião.
Quando produziu O Contrato Social, Jean-Jacques Rousseau já era um autor maduro a caminho da fama europeia, tendo escrito livros como Narciso, ou o Amante de Si Mesmo (1752), Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (1754), Júlia, ou a Nova Heloísa (1761) e Emílio, ou Da Educação (1762). Foi a partir especificamente do Discurso sobre a origem que Rousseau construiria as bases para a primeira parte de O Contrato Social. Nela, é defendido que os homens nasciam livres, e apenas deixavam seu estado natural para formar uma sociedade, onde o comando esteja em uma figura específica. Isso ocorreria devido à eventual incapacidade de subsistência por parte de um indivíduo, que deveria então unir-se a uma associação para se proteger e ao que possuía. No processo, a vontade geral elegeria um soberano, que então forçara o cumprimento do pacto social pelo conjunto.
A segunda parte aprofunda tal processo, ressaltando que é apenas a vontade geral que capacita o soberano a agir. Neste sentido, o poder do governo é limitado à manutenção da igualdade entre todos, muito embora a própria existência do governo signifique uma contenção das liberdades. Para manter esse delicado equilíbrio e impedir o abuso do poder por parte do soberano seria necessário um Estado consistente. Os mecanismos específicos para desenvolvê-lo são apresentados por Rousseau na terceira parte, que define governo como o exercício do poder executivo realizado de forma legítima.
Neste sentido, o governo deve estar pronto para o sacrifício perante a lei a todo tempo, embora existam diferentes tipos de governo, a serem adotados mediante o tamanho dos estados; por exemplo, para Rousseau, a monarquia seria mais apropriada para grandes estados, assim como a democracia é a melhor para os pequenos. De qualquer forma, um bom governo é caracterizado pela união do Executivo com o Legislativo, que produzem Constituições vigorosas que impedem os perigos das guerras e agitações. A quarta parte conclui o livro com rápidas observações a respeito da importância do Estado ser governado pela vontade geral, de modo a manter a harmonia e a prevalência das prioridades públicas.
Escrito por um dos pensadores iluministas mais influentes do movimento iluminista, O Contrato Social é um marco na discussão ocidental sobre os intercâmbios entre à individualidade, a sociabilidade e a sociabilidade. Juntamente com O Espírito das Leis, de Montesquieu, O Contrato Social é considerado uma das bases da sociedade democrática ocidental.
Leia também:
Bibliografia:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf
https://pedagogiaaopedaletra.com/resumo-do-contrato-social-de-jean-jacques-rousseau/
http://www.faculdadedesaobento.com.br/files/pesquisas_12236413-06526370-7637-112018.pdf
https://paulabarbosa93.jusbrasil.com.br/artigos/170592707/o-contrato-social-jean-jacques-rousseau
https://jjacquesrosseau.blogspot.com/2010/10/principais-obras-de-jean-jacques.html