Romance naturalista do escritor português Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro tem como alvo a crítica à sociedade portuguesa e defendendo a tese de que o homem é fruto do meio em que vive, e de que a hereditariedade exerce influências sobre o seu comportamento, assim como o momento histórico. Estas são ideias defendidas pela literatura naturalista, e que foram aplicadas a este romance através da história de Amaro Vieira, o filho de uma criada, que fica órfão e é adotado pela marquesa de Alegros.
Amaro tem uma educação religiosa, voltada para o sacerdócio, e acaba se ordenando, mesmo não apresentando indícios de que se sentia chamado a esta vocação. porém não se sentia chamado a esta vocação. É, pois, nomeado pároco da vila de Leiria, onde conhece uma mulher chamada Amélia, filha de Sá Joaneira e concubina de cônego Dias. Os dois, convivendo em meio a um ambiente amoral, acabam se envolvendo.
As personagens da história são criticadas e apresentadas de forma sarcástica e irônica, bem aos moldes do estilo de Eça de Queirós.
O caso dos dois é descoberto pelo noivo de Amélia (João Eduardo), que escreve um artigo criticando os padres que quebram o voto de celibato, fato que acaba provocando uma grande polêmica. Amélia rompe o noivado com Eduardo, acaba ficando grávida do padre, e após dar a luz, morre. A criança desaparece misteriosamente, e é tida como morta.
O autor critica o provincialismo de leiria e toda a sociedade Portuguesa. Questiona o papel da religião e o comportamento errôneo de alguns clérigos. Como um típico romance naturalista, os fatos são mostrados de maneira crua, as mazelas do ser humano são evidenciadas como a traição, a falha de caráter, a mentira, dentre outras. A discussão gira em torno da moralidade que é posta à prova, e as relações afetivas são tratadas mais como algo intrinsecamente instintivo do que como algo afetivo e sentimental. A tragédia, os escândalos e os sofrimentos também não poderiam deixar de aparecer no romance do escritor português.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/