Em uma mesclagem entre romance e livro de memórias, o autor, Carlor Heitor Cony, conta as histórias de seu pai, o jornalista Ernesto Cony Filho. Tudo começa quando o autor, em uma tarde, recebe de maneira inesperada um envelope. Nele há alguns escritos de seu pai, já falecido há dez anos.
Começa, então, a narrar histórias vividas por seu pai, e relembradas pelo filho ao olhar cada detalhe do embrulho daquele envelope.
O jornalista Ernesto Cony viveu nas décadas de 1930, 40 e 50, no Rio de Janeiro. Sua vida dentre compositores, jornalistas e jogadores de futebol, é recontada no quase-romance “Quase memória”, na visão de seu filho, fazendo uma mesclagem entre suas memórias familiares e as crônicas públicas, entre a realidade e a ficção.
O texto é uma anedota da vida do pai, é literatura baseada na realidade, mas com grande influência da visão que o filho tinha a respeito do pai. O enredo tem um tom lírico, com uma grande carga afetiva, mas sem abandonar a ironia que dá à história uma leveza própria das crônicas.
Histórias como a do balão que foi e voltou, ou das mangas do cemitério, do perfume que estourou nas mãos do capitão, dentre outras, fazem parecer que cada momento da vida daquele homem era especial a ponto de ser digno de nota. Cada detalhe e contado de maneira a valorizar estes momentos, tal qual em um livro de memória, porém enfeitado de romance.
Descreve o pai como um homem com muita vivacidade, bom-humor e decisão. Que mesmo em momentos difíceis é capaz de reinventar seu modo de viver.
O romance foi lançado em 1995 e ganhou o prêmio Jabuti de literatura, em 1996.
Fontes:
http://vestibular.uol.com.br/