A preguiça é um mamífero exclusivo das Américas Central e do Sul, são arborícolas, com hábitos diurnos e noturnos e herbívoros (alimentando-se de brotos e folhas). No Brasil é um mamífero endêmico da Mata Atlântica nos estados do Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e nordeste de Minas Gerais, estando presente em regiões que apresentam florestas úmidas, secas e até em árvores isoladas, logo estando presente em boa parte do país.
Atualmente, estes animais estão classificados na família Bradipodidae e organizados em 2 gêneros: Choloepus (contendo duas espécies) e Bradypus (contendo quatro espécies). A diferença básica entre estes dois grupos está nos membros: o primeiro tem dois dedos em cada mão, e o segundo grupo tem três dedos. Por isso também são chamadas de “preguiças-de-dois-dedos" e “preguiças-de-três-dedos”.
As espécies de bicho-preguiça são:
- Bradypus tridactylus (preguiça-de-bentinho);
- Bradypus variegatus (preguiça-comum);
- Bradypus torquatus (preguiça-de-coleira);
- Bradypus pygmaeus (preguiça-ana-de-três-dedos);
- Choloepus hoffmanni (preguiça-real);
- Choloepus didactylus (também chamada de preguiça-real).
Entre as seis espécies existentes, apenas uma, Bradypus pygmaeus, não ocorre no Brasil, estando restrita à Isla Escudo de Veraguas, na costa do Panamá.
As principais características da preguiça são: em média pesam 4 kg, possuem 60 cm de comprimento, a pelagem é densa com pelos longos, grossos e ondulados, mas na face apresenta pelos finos e curtos. A cor da pelagem vai variar dependendo da espécie sempre em volta das tonalidades de marrom, amarelo, branco e podendo ter a coloração verde quando associados a algas que podem viver em seus pelos. A cauda destes animais são curtas e os membros superiores são sempre maiores que os inferiores e os dedos das mãos possuem longas garras.
Recebem o nome de bicho-preguiça devido a sua baixa atividade metabólica que torna o animal mais lento que os demais mamíferos, também devido a lenta atividade do organismo eles dormem por até 20 horas ao dia. Outro efeito que o baixo metabolismo possui no animal, é que ficam com baixas temperaturas já que o sangue circula lentamente, fazendo com que permaneçam muitas horas sob o Sol para se aquecer. E descem das árvores apenas uma vez na semana para defecarem e urinarem, também devido ao baixo metabolismo, ou para mudar de árvores quando estas estão muito longes umas das outras. Além disso, são excelentes nadadoras, comumente podendo ser vista nadando em corpos d’água doce.
Devido a sua vagareza de movimentos, não são animais que fogem dos predadores, utilizam justamente seus movimentos lentos e sua coloração em tons de marrons e muitas vezes esverdeadas pelas algas para se camuflar nas árvores e se esconderem dos predadores.
O bicho-preguiça é um animal solitário sendo visto em duplas apenas na época de reprodução, a gestação dura de 4-6 meses, os filhotes já nascem com pelos e mamam por 3-4 semanas e desde cedo começam a comer folhas. Vivem agarrados à mãe por 6 meses e depois passam a frequentar territórios diferentes.
A preguiça consegue girar a cabeça em até 270º, isso se deve a diferente dos demais mamíferos que possuem 7 vértebras cervicais, elas possuem de 8 a 9 vértebras permitindo essa movimentação. Outra diferença entre os demais mamíferos e os bichos-preguiças é que as últimas possuem articulações adicionais nas vértebras lombares, estas articulações também estão presentes nos tamanduás e tatus.
Bibliografia:
AMORIN, M.J.A.A.L. et al. Aspectos morfológicos da placenta da preguiça, Bradypus variegatus Shinz, 1825. Brazilian Journ AL of Veterinary Research and Animal Science – nº 40 páginas 217-226, 2003.
CASSANO, C.R. Ecologia e conservação da preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus Illiger, 1811) no sul da Bahia. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, 2006.
COSTA, H.C. Preguiça-de-garganta-marrom (Bradypus variegatus). Universidade Federal de Viçosa - Museu de Zoologia João Moojen. Projeto Bicho da Vez – abril, 2010.
ESTRELA, M. et al. Morfometria dos intestinos do bicho-preguiça (Bradypus variegatus). Universidade Federal Rural da Amazônia.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mamiferos/bicho-preguica/