Cão

Por Carla Araújo Vieira

Graduada em Ciências Biológicas (USU, 2009)

Categorias: Cães, Mamíferos
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Os cães – Canis familiaris – são mamíferos quadrúpedes, pertencente ao grupo de carnívoros e da família Canidae que englobam além dos cães, os lobos, chacais, a raposa, o cachorro-do-mato, o lobo-guará e outros animais, a família é dividida em 38 espécies, sendo 6 espécies selvagens encontradas no Brasil. O Canis familiaris é a única espécie da família dos Canídeos que pode ser considerado totalmente domesticado. Os registros fósseis demonstram que a família Canidae desenvolveu-se na América do Norte, de onde se espalhou para a América do Sul, Ásia e Europa.

Cães diversos. Foto: Dora Zett / Shutterstock.com

Devido às semelhanças morfológicas e fisiológicas dos cães e lobos, pesquisadores analisaram o material genético destes dois indivíduos e detectaram que a semelhança genética é inconfundível: apresenta cerca de 0,2% de diferenciação. A proximidade biológica e histórica gerou a teoria de que os cães domésticos teriam se originados dos lobos cinzentos e através da ação do homem que selecionaram, treinaram e domesticaram exemplares de lobos e, que com sequências de acasalamentos, geraram os cães menos agressivos com o homem e que recebiam benefícios nesta relação assim como os humanos, passando a viver como parceiros. Existem evidências concretas da cordialidade entre homens e cães, os primeiros registros fósseis da convivência de homens e cães datam entre 12.000 a 15.000 anos como os dos restos de homem segurando um filhote de cão em suas mãos, encontrados no nordeste de Israel.

As principais características do indivíduo são: com pelos em quase toda extensão do corpo (exceto algumas raças), sem a presença de dimorfismo sexual clara, mandíbulas dotadas de dentes especializados para apreensão, corte e trituração, possuem, como a maioria dos mamíferos predadores, músculos poderosos e sistema cardiovascular bem desenvolvido. Na maior parte das raças, os membros anteriores são flexíveis e os posteriores possuem grande massa muscular, proporcionando poder de executar saltos longos e corridas em altas velocidades. As patas apoiam-se sobre as falanges, com almofadas plantares macias e garras usadas para fixação ao solo, escalada ou para ataques. A pelagem varia quanto à textura, densidade, comprimento, coloração, brilho, manchas e outras características, pois ainda está ligada à função de trabalho da raça, bem como com a condição ambiental a que está costumeiramente associado. As caudas dos cães são parte importante na comunicação dos cães e possuem papel funcional em cães nadadores e na manutenção do equilíbrio em corridas e situações de caça.

Os cães são animais sociáveis, com indivíduos da sua espécie e com outras espécies, organizam-se de forma hierárquica, normalmente reconhecendo um líder, que pode ser o humano, que possui prioridade em decisões como alimentação. O líder da matilha que neste caso poderá ser de apenas 2 indivíduos, geralmente é reconhecido pois será sempre seguido pelo cão e quando necessário será demonstrado submissão deitando-se e deixando a barriga e o pescoço desprotegidos.

A maturidade sexual ocorre entre 6 e 12 meses de vida, tanto para machos quanto para fêmeas. O ciclo estral das cadelas é, normalmente, bianual, período em que se prepara fisiologicamente para o coito e possível gestação. A gestação dura cerca de 60 dias, e nascem, em média, 06 filhotes por vez.

O cão e o homem passaram por um longo processo de confiança para estreitarem seu relacionamento de coexistência, por isso, acabaram perdendo alguns de seus instintos de sobrevivência sem o auxílio dos humanos. Além disso, o mundo atual não permite que cães sem seus donos consigam com facilidade sobreviver às demandas de: procurar abrigo, se alimentar, proteger de perigos eminentes e cuidar de seus ferimentos. Muitos veterinários alertam para a necessidade de não abandonar o animal que na maioria das vezes não consegue sobreviver e vem a falecer.

Veja abaixo algumas raças de cães:

Bibliografia:

CAMPOS, C.B. de. 2004. Impacto de Cães (Canis familiaris) e Gatos (Felis catus) errantes sobre a fauna silvestre em ambiente Peri-urbano. Universidade de São Paulo – Ecologia de Agroecossistemas. Piracicaba – São Paulo.

LOPES. K.R.F; SILVA, A.R. 2012. Considerações sobre a importância do cão doméstico (Canis lupus familiaris) dentro da sociedade humana. Acta Veterinaria Brasilica, v.6, n.3, p.177-185.

SILVA, D.P. 2011. Canis familiaris: Aspectos da Domesticação (Origem, Conceitos, Hipóteses). Universidade de Brasilia – Faculdade de Agronomia e Veterinária.

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