A morsa - Odobenus rosmarus – é um animal mamífero de grande porte com distribuição sobre o Polo Norte no Oceano Ártico e os mares subárticos do Hemisfério Norte. A morsa é a única espécie ainda viva na família Odobenidae e gênero Odobenus. Esta espécie é subdividida em três subespécies:
- Morsa do Atlântico (Odobenus rosmarus rosmarus) que vive no Oceano Atlântico;
- Morsa do Pacífico (Odobenus rosmarus divergens) que vive no Oceano Pacífico;
- Morsa de Laptev (Odobenus rosmarus laptevi) que vive no Mar Laptev do Oceano Ártico.
Quando adultas as morsas adquirem as presas e bigodes que são características para reconhecer e diferenciar uma morsa de focas e leões marinhos. Elas vivem em águas extremamente geladas, sua sobrevivência depende da pelagem e uma camada subcutânea de gordura que é vascularizada. A mesma característica pode ser encontrada em focas e leões marinhos. As morsas permanecem principalmente em águas rasas, passando grande parte do seu dia no gelo e quando no mar vão à procura de moluscos bivalves para se alimentar.
Os machos adultos no Pacífico podem pesar mais de 2.000 kg e, entre os pinípedes (animais de corpo fusiforme e alongado) só perdem em tamanho para as 2 espécies de elefantes marinhos. O comprimento normalmente varia de 2,2 a 3,6 m, a maior morsa já encontrada media quase 5 metros. As morsas são animais sociais de vida relativamente longa e são consideradas uma "espécie chave" nas regiões marinhas do Ártico. A forma do corpo da morsa assemelha-se com leões marinhos, incluindo a presença das orelhas. No entanto, durante a natação, assemelha-se mais com as focas, dependendo menos das nadadeiras e mais em movimentos sinuosos do corpo inteiro.
As morsas vivem cerca de 20 a 30 anos na natureza. Os machos atingem a maturidade sexual com os 7 anos, mas geralmente não acasalam até serem totalmente desenvolvidos aos 15 anos de idade. Já as fêmeas atingem a maturidade sexual entre 4-6 anos de idade. As fêmeas entram no cio no final do verão e também em fevereiro, mas os machos são férteis apenas em fevereiro. A reprodução ocorre de janeiro a março, atingindo o pico em fevereiro. Os machos agregam-se na água ao redor dos grupos de fêmeas que estão no gelo e se envolvem em exibições vocais competitivas. As fêmeas se juntam a eles e copulam na água. A gestação dura 15 a 16 meses. Os filhotes nascem durante a migração da primavera, de abril a junho. Eles pesam de 45 a 75 kg e medem de 1,0 a 1,4 metro de comprimento, ao nascer já são capazes de nadar. As mães amamentam por um ano e os jovens podem passar até cinco anos com as mães. As fêmeas dão à luz no máximo de dois em dois anos.
A migração entre o gelo e a praia ocorre com o percurso de longas distâncias que geralmente acontecem no final do verão e outono. As morsas tendem a formar agregações maciças de dezenas de milhares de indivíduos em praias rochosas ou afloramentos. No final da primavera e no verão, por exemplo, várias centenas de milhares morsas do Pacífico migram do Mar de Bering para o Mar de Chukchi através do estreito de Bering.
As morsa são classificadas como Vulneráveis pela Lista Vermelha da IUCN. Durante muito tempo foram caçadas pelos povos que vivem no Ártico, principalmente em busca de carne, gordura, pele, presas e ossos. Com a diminuição da caça a população de morsas conseguiu se recuperar um pouco, embora as populações de morsas do Atlântico e Laptev permaneçam fragmentadas e em níveis baixos quando se compara com o tempo anterior a interferência humana.
Bibliografia:
TRAJANO, E. Capítulo de apostila - Mammalia (tópico 7). Licenciatura em Ciências - USP/Univesp. Disponível em: <http://www.euquerobiologia.com.br/site/wp-content/uploads/2016/01/7-Mammalia.pdf>. Acessado em: 13/02/2018.
Site da Sociedade de Mamíferos Marinhos (The Society of Marine Mammalogy). Disponível em: < https://www.marinemammalscience.org/facts/odobenus-rosmarus/>. Acessado em: 13/02/2018.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mamiferos/morsa/