Equações diferenciais são ferramentas importantes para diversos ramos das ciências exatas. Com elas é possível descrever e formular diversos tipos de sistemas físicos numa linguagem matemática, o que possibilita uma imensa gama de aplicações em modelos concretos. Relembrando brevemente a notação para derivadas, temos:
É chamada de diferencial uma equação que envolve derivadas de funções (ou diferenciais) de uma ou mais variáveis em relação a uma ou mais variáveis independentes. As equações diferenciais são classificadas por tipo, ordem e linearidade. Vejamos:
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Tipo 1 - Equação Diferencial Ordinária (EDO)
Se uma ED contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais variáveis dependentes com relação a apenas uma variável independente ela é chamada de equação diferencial ordinária, ou EDO. Veja abaixo três exemplos de EDOs:
Tipo 2 - Equação Diferencial Parcial (EDP)
Se uma ED contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais variáveis dependentes com relação a duas ou mais variáveis independentes ela é chamada de equação diferencial parcial, ou EDP. Veja abaixo dois exemplos de EDPs:
Ordem de uma ED
A ordem da mais alta derivada envolvida em uma ED é chamada de sua ordem, veja exemplos. A equação abaixo é uma EDO de segunda ordem:
Já esta equação abaixo é uma EDO de primeira ordem:
Uma EDP de quarta ordem seria, como no exemplo abaixo:
Linearidade de uma ED
Uma ED é chamada de linear se é possível escrevê-la na forma:
Podemos também classificar as EDs lineares de 1ª com duas propriedades:
1 – A variável dependente de y e todas as suas derivadas são do primeiro grau, ou seja, n=1 .
2 – Cada coeficiente depende apenas da variável independente x.
Do contrário, uma ED que não seja linear, é chamada de não linear. Por exemplo:
yy''-2y' = x
O coeficiente da equação acima depende de y, logo ela uma EDO, não linear e de segunda ordem.
Solução de uma ED
É chamada de solução de uma ED qualquer função F definida em algum intervalo que quando substituída na ED, reduz a equação a uma identidade. De uma forma geral para as EDOs, temos:
Que F é uma função que possui pelo menos n derivadas e satisfaz a equação diferencial. Vejamos um exemplo:
Seja uma EDO dada por:
E vamos verificar se é uma solução para a EDO. Primeiro, podemos substituir o valor dado na equação, ou seja, o valor de y da solução deverá ser inserido na EDO:
Agora, se reinserirmos o valor obtido pela igualdade acima na EDO, percebemos que:
O que prova que o valor de y dado é solução da EDO.
Leia também:
Referências bibliográficas:
ZILL, Dennis G; CULLEN, Michael R. Equações Diferenciais – Volume 1. São Paulo – Pearson Makron Books, 2001.
BASSALO, José Maria FIlardo; CATTANI, Mauro Sérgio Dorsa. Elementos de Física Matemática – Volume 1. São Paulo – Livraria da Física, 2010.
ARFKEN, George B; WEBER, Hans J; HARRIS, Frank E. Física Matemática: Métodos Matemáticos para Engenharia e Física – 7a Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/matematica/equacoes-diferenciais/