“O ensino da Matemática deve basear-se num modelo pedagógico moderno e atualizado.”
Introdução
Destaca-se a frase acima citada para podermos abrir uma calorosa discussão sobre os caminhos trilhados pelo ensino da matemática, a forma como é, como deveria ser e algumas ferramentas que podem ser usadas para equilibrar o processo de ensino e da aprendizagem. Para isso, torna-se importante lembrar que em todo o país, na maioria das instituições de ensino básico e superior, o processo educativo ainda adota o modelo tradicionalista e a rigidez matemática características da maioria dos professores desta disciplina. As aulas ainda são expositivas e alicerçadas no acúmulo de fórmulas e algoritmos, o contato entre professor e aluno é feito de maneira vaga e casual.
Teorias da Aprendizagem
Enquanto isso, na outra extremidade do caminho do saber, estão as teorias da aprendizagem. São nelas que o professor deve focar as suas forças e competências, para assim, trazer para o contexto real os seus auxílios e benefícios. Uma das teorias mais respeitadas e adotadas pela educação moderna é a construtivista. Nela estão às ideias e estudos de Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e filósofo suíço responsável por pesquisas do desenvolvimento motor e intelectual do indivíduo. Baseando-se nesta linha pedagógica o educador comporta-se como mediador entre conhecimento e educando, enquanto este comporta-se como ser ativo no processo de aprendizagem. O construtivismo leva os atores da educação a construir os próprios caminhos direcionadores dos saberes, o diálogo é importante e necessário e o uso de ferramentas tecnológicas tais como: computador, DVD, TV, data show, entre outros, tornam-se ferramentas facilitadoras do aprender, e por que não, do ensinar.
JOGOS: UMA FERRAMENTA FACILITADORA
É nesse contexto inovador e moderno que a ferramenta Jogos aparece como mais um aliado do educador e como parceiro do educando. Com os jogos os aprendizes podem divertir-se e conquistar a independência no saber. Os jogos facilitam o entendimento de regras, a aquisição de estratégias que posteriormente serão usadas na resolução de problemas, amplia os horizontes da socialização do conhecimento, assim como, da vivência em grupo. Ainda é importante lembrar que a depender do jogo praticado o discente desenvolve o que Piaget batizou como pensamento lógico-matemático. É com este tipo de pensamento que conseguimos diferenciar as propriedades das coisas, tomar decisões baseados num modelo imaginário ou real, solucionar problemas, entre muitas outras.
QUAIS JOGOS JOGAR?
Ao jogar Xadrez, por exemplo, o jogador tem que lidar com técnicas de defesa, estratégias de ataque, melhor posicionamento das peças e muita concentração. Sabemos que as estratégias são fundamentais em nossa vida cotidiana, e que as técnicas de concentração são fundamentais para a concretização do aprendizado.
Outros jogos que estimulam o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático são o sudoku, caça-palavras, bilhar, batalha naval, caminho das águas, e tantos outros que sob pesquisa pode-se encontrar.
DE OLHO NOS LIMITES
Utilizando os jogos como ferramenta facilitadora o educador torna as suas aulas agradáveis e deixa de lado o excesso de rigor que por muitas vezes afasta o discente do processo em vigor. É importante que se tenha em mente os limites dessa ferramenta tão valiosa. O docente não pode exagerar em seu uso, pois os conteúdos teóricos são altamente importantes para a formação do discente. Além dos planos realizados pelo professor, ainda existem as exigências formais que devem ser atendidas, portanto, o educador deve humanizar as suas aulas, mas nunca perder de vista o propósito educacional.
Enveredando por esse caminho, fica clara que a participação do educando é primordial para que se efetive um ensino de qualidade e de excelência em seus atos. Desde a confecção da plataforma dos jogos ao estudo e debate das regras, desde a formação dos grupos à execução de cada “partida”, o aluno deverá estar presente. Aqui estamos falando de construtivismo, uma teoria com efeitos comprovados que deve ser adotada pelos docentes a fim de ver melhorar a suas práticas, e em consequência, a progressão gradual e positiva de seu alunado.
CONCLUSÃO
O uso de ferramentas tecnológicas, como jogos de computador, assim como, jogos concretos confeccionados no seio educacional deixa o aprendizado divertido e prazeroso, as aulas se tornam dinâmicas e o correto aproveitamento do tempo e dos benefícios poderão levar o ensino a funcionar em sua plenitude e a aprendizagem virar protagonista de um sistema onde outrora fora apenas figurante.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/matematica/jogos-didatico-matematicos-um-aprendizado-divertido/