A seda é uma fibra obtida a partir dos casulos do bicho-da-seda. Trata-se de um filamento contínuo de proteína, que ao ser processado em uma trama, dá origem a um tecido de bastante resistência, maciez e alta qualidade. Acredita-se que o cultivo do bicho-da-seda foi iniciado na China por volta do século IX a.C. As plantações de amoreira, pequena árvore em cujas folhas a lagarta responsável pela seda se desenvolve, consistiam um elemento essencial na produção do tecido. Quando já adulto, o inseto abandona seu casulo, pois precisa de um suprimento de folhas tenras para se alimentar.
A seda produzida de casulos cultivados, ao contrário da conseguida a partir de casulos nativos apresenta maior uniformidade e textura mais fina. Isso ocorre porque, no primeiro caso, o filamento é desenrolado do casulo em unidades longas e contínuas, enquanto a lagarta ainda está viva. A seda não cultivada tem os filamentos removidos em pequenos pedaços após o voo da borboleta, que precisam ser emendados para formar os fios.
O processamento da seda foi acompanhado pela invenção e aperfeiçoamento de diversos equipamentos para tecer. Por volta do século V a.C., a produção das fazendas de seda do império chinês já era suficiente para permitir ao imperador presentear com peças de tecido os chefes das pouco amistosas tribos mongóis. No entanto, apesar de ser muito superior aos tecidos de lã, algodão ou linho, a seda lisa foi rapidamente superada quando os tecelões chineses conseguiram produzir peças tecidas com diferentes padrões.
Para a execução desses produtos de alta qualidade, diferentes grupos fios precisavam ser levantados e abaixados durante a tecelagem, o que não se podia fazer com os teares utilizados até então. Muitos tecelões resolveram o problema colocando uma série de barras, chamadas comumente de lançadeiras, através dos fios da urdidura. Contudo, as barras precisavam ser levantadas com a mão, o que tornava o trabalho bastante lento.
Pouco antes do ano 200 a.C., uma nova máquina, o tear de tração, trouxe maior rapidez à produção da seda. Sua principal inovação era um sistema de cordões amarrados às lançadeiras. Esses cordões passavam por cima de roldanas e desciam, prendendo-se apedais, deixando ambas as mãos do tecelão livres para empurrar a bobina da trama. Esse aperfeiçoamento aumentou consideravelmente tanto a quantidade como a qualidade da seda.
A demanda de seda espalhou-se rapidamente para além das fronteiras chinesas, atingindo a Pérsia e depois todo o Mediterrâneo. Por volta do ano 100 a.C., o imperador já havia organizado um sistema de caravanas para levar os produtos ao Oriente Médio e à Europa, na época sob domínio romano. Mais tarde, tal rota ficaria conhecida como Rota da Seda.
Bibliografia:
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/materiais/seda/