Anemia Infecciosa Equina

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Doenças animais, Medicina Veterinária
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A Anemia Infecciosa Equina (AIE), também conhecida por febre-do-pântano, é uma doença cosmopolita que apresenta como agente etiológico um retrovírus englobado na subfamília do Lentivirus pertencente à família Retroviridae, que acomete os equídeos.

Os primeiros estudos realizados sobre essa doença foram na França, no século XIX. No Brasil, essa afecção foi constatada pela primeira vez no ano de 1968, nos Estados do Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro.

Ainda que todas as espécies e raças de equídeos sejam atingidas, animais subnutridos, parasitados e debilitados apresentam maior predisposição. Embora esteja espalhada pelo mundo todo, é mais prevalente em áreas úmidas e pantanosas, locais onde está concentrado um grande número de vetores.

A transmissão pode ser do tipo vertical, ou seja, da mãe para o feto durante a gestação, ou horizontal, através de fômites, leite materno, sêmen ou insetos hematófagos, sendo que nesse último caso a transmissão do vírus normalmente está ligada com a transferência de sangue de um cavalo contaminado para um animal sadio.

Os insetos hematófagos são os principais responsáveis pela transmissão da AIE, na cadeia natural da doença. Diversas espécies de dípteros hematófagos estão envolvidos na transmissão mecânica, como as moscas, mosquitos e mutucas, sendo este último (os tabanídeos) o de maior importância.

As manifestações clínicas da AIE podem ser classificadas como aguda ou crônica. Contudo, o vírus pode ser encontrado na corrente sangüínea de animais sem provocar sintomas.

A forma aguda causa febre, que pode chegar até 40,6°C; respiração acelerada; prostração; debilidade nas patas, sendo o peso do corpo transferido de uma pata para outra; deslocamento dos membros posteriores para diante; inapetência e emagrecimento progressivo. Caso o animal não morra dentro de 3 a 5 dias, a afecção pode tornar-se crônica.

Na forma crônica apresenta ataques com intervalos que variam de dias, semanas ou meses. Nos casos de intervalo curto, o animal evolui para óbito dentro de algumas semanas. Com o ataque, ocorre maciça destruição de glóbulos vermelhos do sangue, resultando em anemia.

O diagnóstico laboratorial apresenta importância fundamental na detecção de animais portadores da AIE. O primeiro teste utilizado nesse diagnóstico foi a imunodifusão em gel de Agar (IDGA). Também tem sido descritos testes mais sensíveis e que conseguem detectar anticorpos contra essa doença, como os baseados na técnica de ELISA.

Ainda não foi elucidado um tratamento eficaz. Deste modo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) preconiza o sacrifício ou interdição da propriedade, quando for detectado foco de AIE.

Fontes:
http://www.revista.inf.br/veterinaria10/revisao/edic-vi-n10-RL07.pdf
https://web.archive.org/web/20160418101403/http://www.cpap.embrapa.br:80/publicacoes/online/CT29.pdf
https://web.archive.org/web/20070611063720/http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/DOC68.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v58n2/29654.pdf
http://www.tecsa.com.br/media/File/pdfs/DICAS%20DA%20SEMANA/EQUINOCULTURA/EQ%20AIE.pdf
http://www.revista.inf.br/veterinaria04/revisao/revisao01.pdf

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