Contracepção em Cadelas

Por Débora Carvalho Meldau

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

Categorias: Medicina Veterinária
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A contracepção em cadelas pode ser de dois tipos:

A esterilização cirúrgica é o método mais recomendado para as cadelas. É um procedimento com vantagens sobre a laqueadura ou histerectomia, na qual a permanência dos ovários permite a continuidade do cio, além de que os ovários podem ser sedes de neoplasias e torções. Existem algumas conseqüências da ovário-histerectomia que devem ser reconhecidas, como:

A administração de progesterona durante o anestro previne o retorno da atividade cíclica e, se administrado durante o proestro, pode inibir o processo da ovulação. A progesterona endógena suprime a atividade do miométrio, estimula o crescimento do endométrio e exerce um mecanismo de feedback sobre o hipotálamo e a hipófise, prevenindo a secreção de gonadotrofina; os progestágenos também exercem um feedback negativo sobre a liberação de prolactina e podem reduzir as concentrações circulantes de estrógenos e testosterona.

Nos Estados Unidos, apenas o acetato de megestrol é aprovado para utilização como contraceptivos em cadelas. Sua dosagem depende do estágio do ciclo estral que se inicia o tratamento; no final do estro a dosagem é de 0,55 mg/kg/dia, via oral, por 32 dias; no início do proestro a dosagem recomendada é de 2,2 mg/kg/dia, via oral, durante 8 dias.

O acetato de megestrol pode ser usado até o 3° dia do proestro. Caso o tratamento tiver inicio após esse período, a efetividade do medicamento diminui muito.

O acetato de medroxiprogesterona também é utilizado para contracepção em cadelas, no entanto não é considerado seguro, pois induz a hiperplasia cística do endométrio e piometra. Os efeitos adversos são provavelmente conseqüência de dosagens excessivas e/ou administração durante estágios do ciclo estral que não o anestro. A dose recomendada é de 2 mg/kg a cada 3 meses ou 3 mg/kg a cada 4 meses.

O proligestone é licenciado para uso contraceptivo em cadelas na Europa. Está disponível na forma de suspensão injetável e deve ser administrada na dose de 10 a 30 mg/kg, via subcutânea, a cada 3 meses, depois, a cada 4 meses e, finalmente, a cada 5 meses.

Compostos andrógenos também podem ser administrados em cadelas no período de anestro, para prevenção da atividade ovariana. O mecanismo de ação dos andrógenos é similar ao da progesterona, exercendo um feedback negativo sobre o eixo hipotálamo/hipófise e influenciando a liberação de gonadotrofina e prolactina. As principais apresentações de compostos andrógenos são:

Assim como outras drogas, os compostos andrógenos também possuem efeitos colaterais, como:

Como as medicações não são tão seguras, podendo vir a resultar em efeitos colaterais indesejados, o uso de drogas não é recomendado pelos médicos veterinários, sendo a castração a melhor e mais segura alternativa existente atualmente.

Fontes:
Manual de Terapêutica Veterinária – Silvia Franco Andrade. Editora Roca. 2° edição, 2002.
http://www.petvale.com.br/caes-cachorros/saude-anticoncepcional-para-cadelas.asp
http://seratual.blogspot.com/2008/10/mtodos-contraceptivos-em-cadelas-e.html

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